Além de ter como público prioritário mães solo e de baixa renda da capital Fluminense, a formação ainda inclui bolsa-auxílio para 60 selecionadas.Reprodução/Internet

O Brasil é o país com mais empreendedores no mundo, em que metade dos Microempreendedores Individuais (MEI) é composta por mulheres. Por conta do desemprego e desigualdades socioeconômicas, as mulheres negras, que representam a maior parte desse grupo (51%), começaram a investir na própria empresa. No entanto, esse cenário mudou durante a pandemia, e 36% delas encerraram seus negócios. Para isso, com o objetivo de investir na formação profissional por meio da economia criativa, a partir do dia 26 de julho, a Artemis, em parceria com a Pan-Africa Vision, abre inscrições para o Projeto Mentorias Para Elas, uma formação gratuita, com duração de três meses, voltada para mulheres negras da capital fluminense.
Para se inscrever é preciso ter 21 anos ou mais, ser empreendedora formal ou informal, no ramo da economia criativa, nas áreas de moda, artesanato, comunicação, gastronomia, tecnologia, expressões culturais e demais áreas afins. A prioridade é para mães solo e de baixa renda, que já tenham uma empresa, independente do tamanho.
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O cadastro será dividido em duas etapas. A primeira, com início na próxima segunda-feira (26), para monitoras. Para se inscrever, além dos requisitos acima, será um diferencial já ter atuado com monitoria ou na organização/gestão de eventos/projetos/cursos. O papel da monitora é auxiliar as alunas e ser uma ponte entre elas e o projeto. Serão selecionadas três mulheres, que além de participarem do curso, irão receber R$600 durante os três meses de formação. As inscrições seguem abertas até o dia 1º de agosto.
A segunda etapa, para alunas, abre no dia 28. Serão selecionadas 60 mulheres da capital fluminense, que receberão bolsa-auxílio por dois meses, no valor de R$135,00. Destas, 30 serão mentoradas por funcionários das empresas LinkedIn e Unisys. A mentoria tem o objetivo de auxiliar no desenvolvimento de estratégias de negócios através de profissionais com experiência em diferentes áreas. Nessa categoria, as inscrições acontecem até o dia 5 de agosto. Além dessas modalidades, o projeto ainda oferta 40 vagas para mulheres de todo Brasil, que queiram participar das aulas como ouvintes.
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Para Priscilla Cadette, COO da Pan-African Vision e CEO da Artemis, a reparação econômica para mulheres negras é um passo fundamental para a construção de novas perspectivas de futuro.
“Para nós, essa reparação econômica representa uma forma de compensação em relação à discriminação sofrida no passado, e que ainda sofremos. A ideia é que consigamos evitar que o passado se reproduza interminavelmente, agora no presente, e se projete para o futuro. Se observarmos bem, o contexto socioeconômico é muito desfavorável para as mulheres em geral, mas, se olharmos com corte racial o abismo é um buraco sem fundo. Os dados referentes às mulheres negras no contexto socioeconômico são aterrorizantes. A vulnerabilidade ao desemprego é maior, taxa de desemprego, vítimas de feminicídio e tantas violências. Essa reparação significa resistência a um apagamento histórico!”, afirma.
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O Projeto Mentoria para Elas é uma realização da Artemis, com o patrocínio da Prefeitura do Rio, através da Lei do ISS, da Secretaria Municipal de Cultura.
Artemis e Pan-África: pelo ativismo econômico e igualdade racial Há oito anos um sonho movia Priscilla Cadette de Manaus para o Rio de Janeiro. Cantora lírica e empreendedora, ela planejava conectar pessoas e negócios, e assim nasceu a Artemis. Em 2018, com a amiga e sócia Letícia Santos, a empresa se posiciona com um modelo inovador para gestão de projetos de economia criativa.
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A parceria com a Pan-African Vision para o Projeto de Mentorias Para Elas veio da proposta de construir algo ainda maior e que alcançasse mais mulheres negras empreendedoras. A empresa do setor de consultoria, nasceu como uma plataforma de ativismo econômico, com foco na economia criativa, empreendedorismo, comércio exterior e educação.