Rio - Fundador e ex-presidente do partido Novo, João Amoêdo confirmou o voto em Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno da eleição presidencial. Candidato ao Planalto em 2018, o empresário carioca foi o quinto colocado na disputado, com 2,5% dos votos válidos (2.679.745). Em entrevista à Folha de S. Paulo, Amôedo declarou apoio a Bolsonaro há quatro anos, desistiu de anular o voto em 2022 e listou uma séries de riscos à democracia brasileira ao anunciar Lula como candidato no dia 30 de outubro.
"Os fatos, a história recente e o resultado do 1º turno, que fortaleceram a base de apoio de Bolsonaro, me levam à conclusão de que o atual presidente apresenta um risco substancialmente maior", afirmou Amoêdo.
"O STF se tornou alvo de ataques frequentes por parte do presidente e seus aliados. O combate à corrupção foi extinto com a narrativa mentirosa de que ela acabou e com o desmonte da Lava Jato. O descaso com a educação, o meio ambiente, a ciência, a cultura, a responsabilidade fiscal e, acima de tudo, o desprezo pela vida dos brasileiros completam o legado desastroso. Bolsonaro confirmou ser não apenas um péssimo gestor, como já prevíamos, mas também uma pessoa sem compaixão com o próximo. Ele é incapaz de dialogar, de assumir suas responsabilidades e não tem compromisso com a verdade. É um governante autocrático que se coloca acima das instituições", concluiu Amoêdo.
Entre outros pontos, Amoêdo afirmou que a recente declaração de Bolsonaro sobre alterar a composição do Supremo Tribunal Federal (STF) pesou em sua decisão de "virar" voto. Além disso, afirmou acreditar que seu apoio a Lula gerará críticas dentro do Novo, mas que a liberdade de expressão é um dos princípios do partido.
"Discordo integralmente das ideias e dos métodos (Lula). A incapacidade de assumir erros é a garantia de erros futuros. Nunca tive dúvida. Nem Lula nem Bolsonaro merecem meu voto. Serei oposição a qualquer um dos dois. Porém, e infelizmente, a escolha que agora se apresenta na urna não é sobre os rumos que desejo para o Brasil, mas só a possibilidade de limitar danos adicionais ao nosso direito como cidadão. E é só isso que espero manter com essa eleição: o direito de ser oposição", finalizou Amôedo.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.