Em junho, um ato do PTB em São Paulo, para prestar apoio ao aliado Tarcísio de Freitas (Republicanos), contava com uma réplica de papelão em tamanho real de Roberto Jefferson. Ele não tinha permissão para sair de sua casa, que fica em Comendador Levy Gasparian, interior do Rio de Janeiro.
O evento foi chamado de "lançamento da pré-candidatura de Tarcísio" mesmo sem a aprovação da própria campanha, organizada pelo diretório paulista do PTB para firmar o apoio ao candidato. Na ocasião, Tarcísio disse que estava "extremamente honrado em celebrar a união [com o partido]".
O então pré-candidato ao governo de SP também cumprimentou o aliado através de Kassyo Ramos, que assumiu a presidência do partido com o afastamento de Jefferson. "Quero cumprimentar o doutor Kassyo, e, na sua pessoa, Kassyo, mandar um abraço carinhoso para o doutor Roberto Jefferson, que desde o primeiro momento esteve com o nosso presidente Jair Bolsonaro", disse. Desde o primeiro turno, o PTB faz parte do conjunto de alianças de Tarcísio, junto ao PL e ao PSD.
Após repudiar a prisão de Jefferson em agosto de 2021 no âmbito do inquérito dos atos antidemocráticos no Supremo Tribunal Federal (STF), Tarcísio agora se uniu a Bolsonaro, que criticou o ex-deputado. "Lamento e repudio fortemente as falas agressivas à ministra Carmen Lúcia, bem como a reação absurda de Roberto Jefferson. Deixo aqui a minha solidariedade aos agentes feridos no exercício do seu trabalho e reforço a minha opinião de que NADA justifica a violência", escreveu o candidato ao governo paulista nas redes sociais.
O caso deste domingo aconteceu um dia depois de Roberto Jefferson ter xingado a ministra do STF Cármen Lúcia e compará-la a "prostitutas" e "vagabundas" conforme mostra um vídeo publicado nas redes sociais pela filha do ex-parlamentar, a ex-deputada Cristiane Brasil (PTB).
Jefferson foi detido em operação da Polícia Federal autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes por suposta organização criminosa nas redes sociais para atacar a democracia. Além disso, ele já fora condenado no escândalo do mensalão.
Neste ano, o ex-deputado também tentou a candidatura à Presidência da República, que foi impedida pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que o considerou inelegível. Ele foi substituído por Padre Kelmon (PTB).
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