Luan prestou depoimento à Polícia Civil, acompanhado de advogados do grupo Prerrogativas, que defende direitos civis, além da sua defensora Sheila de Carvalho, na noite de sábado, 29. O advogado Augusto de Arruda Botelho confirmou, em suas redes sociais, a prisão do segurança, por volta de 1h.
Foi prestada queixa contra Carla Zambelli pelos crimes de racismo, ameaça e agressão, afirmou Sheila. "O racismo é porque ela tentou se justificar do ato ilegal praticado falando que ela se sentiu ameaçada por ele ser um homem negro", apontou.
"Os crimes eleitorais estão sendo discutidos em outras esferas que vão ser encaminhadas pra Justiça Eleitoral", explicou. O porte de arma, mesmo para aqueles que possuem o direito, é proibido nas 24h que antecedem as eleições.
Em publicação nas redes sociais, Sheila escreveu: "Uma fato curioso do depoimento de Carla Zambelli na delegacia hoje: Ela estava sozinha. Não tinha nenhum bolsonarista ali apoiando, dando qualquer tipo de suporte. Nenhum camisa verde amarela além dela própria. Abriram mão dela muito mais rápido do que largaram o Roberto Jefferson."
Luan estava saindo de um chá de bebê e indo para uma outra comemoração, quando aconteceu a confusão. "Foi um negócio muito assustador pra mim, eu 'to' assustado até agora porque eu percebo que pode acontecer qualquer coisa comigo a qualquer momento. Então eu só quero proteção", disse o jornalista, na porta da delegacia, após prestar depoimento.
Neste sábado, 29, Zambelli se envolveu em confusão em um bairro nobre de São Paulo. Em vídeo que circula nas redes sociais, a apoiadora do presidente Jair Bolsonaro aparece segurando uma arma e apontando para um homem.
O episódio ocorreu no cruzamento das alamedas Lorena e Joaquim Eugênio Lima, no Jardins, uma região próxima de onde o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participava de um comício de campanha.
A parlamentar bolsonarista postou um vídeo em seu perfil no Instagram para relatar o que aconteceu. Segundo a deputada, ela foi agredida e por isso correu atrás dele com uma arma.
Zambelli explicou que solicitou que o homem aguardasse a polícia chegar para "dar flagrante". Porém, o rapaz teria a agredido verbalmente e com cuspida. Ainda no vídeo, Carla contou que seu número foi vazado nas redes sociais e, desde então, tem sofrido ameaças de morte.
"Fui agredida agora pouco. Me empurraram no chão, um homem negro. Eles usaram um negro para vir em cima de mim, eram vários", contou.
No entanto, vídeo publicado pelo jornalista Guilherme Amado, no portal Metrópoles, é possível ver que o homem não a agride. Há um bate-boca generalizado e, no momento que um rapaz negro está indo embora, a deputada tropeça e começa a persegui-lo com seus seguranças.
Carla Zambelli foi eleita deputada federal em 2018 ao apoiar o presidente Jair Bolsonaro. Ao longo dos quatro anos, ela seguiu na base bolsonarista e acabou sendo reeleita nas eleições 2022, sendo a segunda parlamentar mais votada no estado de São Paulo, ficando abaixo apenas de Guilherme Boulos (PSOL).
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