Por pedro.logato

Alemanha - Daniel Jouvin cuidou de Ronaldo e Adriano, mas foi outro jogador menos badalado que mudou sua vida. Cansado de se machucar na Alemanha — e vir ao Brasil para se recuperar —, Renato Augusto convenceu o Bayer Leverkusen a contratar o preparador físico, um amigo que conheceu quando subiu aos profissionais do Flamengo.

Daniel trabalhou com Renato Augustoarquivo pessoal

“Criamos uma amizade boa e Renato fez o pedido aos dirigentes, que me deram a chance”, recorda Daniel, que escolheu morar em Colônia, a 20 minutos de Leverkusen, por sugestão do amigo. “Ele me deu várias dicas, foi fundamental para a minha adaptação.”

Daniel era auxiliar de preparação do Flamengo e chegou ao Bayer no meio da temporada, em janeiro de 2011. No início, trabalhou apenas com Renato Augusto e os jogadores que falavam espanhol. A língua e a cultura foram um problema, que acabaram compensados pelo trabalho.
“Tudo deu certo. Todos renderam bem e não tiveram lesões. Ganhei mais confiança dos outros atletas, comecei a falar melhor alemão e fui incluído no staff”.

Brasileiro só começou a trabalhar com todo o elenco após seis mesesarquivo pessoal

Integrado na comissão técnica como auxiliar de preparação, Daniel trabalhou com grandes nomes, como Ballack e o técnico Jupp Heynckes (campeão de tudo com o Bayern de Munique). Para se integrar na nova filosofia, respeitou a metodologia alemã, sem deixar o que aprendeu no Brasil.

“Respeitar a cultura do país é um passo importante para o sucesso. Tenho liberdade, levo coisas que deram certo comigo no Brasil e aprendo outras. É um intercâmbio para os dois lados”, afirmou Daniel, que comparou as duas escolas.

“A metodologia alemã é diferente, com menos treino físico durante a temporada. Outra diferença são os jogadores, que reclamam menos dos exercícios. Eles têm uma cultura de respeitar a hierarquia e vivem mais a rotina do clube, chegam mais cedo”.

Daniel Jouvin era do FlamengoDivulgação

Daniel é o representante brasileiro no Bayer Leverkusen desde que Renato Augusto saiu. Sem o amigo, ele tem a companhia da mulher, Clícia, grávida de Valentina, e pretende cumprir o contrato até o fim, em 2015. Tempo de sobra para ajudar a dar mais espaço aos preparadores físicos do país.

“Todo profissional brasileiro que consegue solidificar um trabalho abre o mercado. Só o fato de continuarem a trabalhar comigo depois da saída do Renato mostra que confiam em mim”, completa.

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