Por fabio.klotz
São Paulo - O Pinheiros chamou atenção na Liga de Basquete de Desenvolvimento (LBD), torneio sub-22. Com uma geração sub-19, o clube paulista conquistou o terceiro lugar e impressionou. O sucesso é explicado pela combinação entre talento e um trabalho multidisciplinar nas categorias de base. O resultado é animador: futuros craques e vitórias em quadra, como o título Paulista Sub-19. É neste contexto que Bruno Caboclo despontou. O ala, de 18 anos e 2,02m, já faz parte do time adulto e surge como uma das esperanças para o basquete brasileiro.
Bruno Caboclo tem médias de 12%2C11 minutos e 5%2C71 pontos no NBBDivulgação

Bruno Caboclo tem perfil de jogador de basquete. E de craque! O biotipo - alto, braços compridos - ajuda e lhe dá versatilidade. O talento também está no DNA. O ala tem facilidade de pontuar, joga de costas e no perímetro, sabe infiltrar... Na defesa, é comum ver Caboclo distribuindo tocos. A trajetória da promessa começou em Barueri. Ele ficou lá cinco anos até ir para o Pinheiros, fruto do trabalho de observação do clube.

Assediado pela imprensa, Bruno Caboclo ainda tenta driblar a timidez. Não é para menos. Natural de Pirapora de Bom Jesus, interior de São Paulo, ele começa a ganhar o Brasil. E alimenta um desejo maior.
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"Sonho com a NBA desde pequeno. Quero entrar na NBA", diz Bruno, cujo maior ídolo é Kevin Durant.
Biotipo de Bruno Caboclo chama atenção%3A ele é apontado como jogador de SeleçãoDivulgação

O garoto é focado. A humildade também é aliada para romper a barreira de promessa e se tornar realidade. Bruno mantém os pés no chão. Sabe que o caminho a trilhar ainda é longo e observa os pontos que precisa evoluir.

"Ser mais rápido, ter mais explosão e marcar melhor, mas acho que estou evoluindo", enumera.

Técnico de Bruno Caboclo na base, Brenno Blassioli é só elogios ao jovem.
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"É um diamante bruto. Ele amadureceu, sobretudo mentalmente. Ele tem um potencial muito grande, biotipo, técnica. Melhorou a leitura de jogo, de saber a hora de arremessar, de cortar, de cair no pivô. Tem potencial físico, pode jogar dentro e no perímetro. Ele gosta de treinar, quer melhorar, pede livro para ler. Eu dei o livro do Michael Jordan para ele", destaca Brenno.
O Pinheiros sabe que tem uma geração talentosa em mãos. Mas a ordem é ter cuidado na transição até o profissional.
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"É um processo que temos de ter cautela e, ao mesmo tempo, sermos arrojados. A transição tem de acontecer naturalmente. É natural que as pessoas olhem somente o potencial, mas nossa preocupação ultrapassa isso. Nós nos preocupamos com a parte técnica, emocional e educacional destes jovens. Estamos diariamente com esses jovens, justamente para acompanhar a evolução deles de perto. Só assim conseguiremos um bom resultado", diz João Fernando Rossi, diretor de esportes olímpicos do Pinheiros.
A receita do sucesso
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O Pinheiros tem uma fórmula e um modelo para as categorias de base, cuja responsável é Thelma Tavernari. A estrutura, evidentemente, ajuda. O trabalho multidisciplinar surge como diferencial. Além disso, o clube mapeia talentos, sempre com um padrão (o biotipo conta - por sinal, a categoria sub-19 também se notabilizou pela condição física e atlética, com jogadores de porte).

"O trabalho na formação é desenvolvido por uma equipe multidisciplinar envolvendo preparação física, mental, biomecânica e técnica. O padrão técnico desenvolvido na formação procura desenvolver os atletas até a equipe adulta", diz Rossi.

Brenno dá mais detalhes do dia a dia das categorias de base do clube paulista.

"Desde a escolinha, há uma padronização de metodologia de ensino, com preparação física, para determinar qual tipo de treino, o que cada um precisa, até chegar ao adulto. Isso ajuda a saber o que cada categoria precisa, dentro de uma metodologia, e da estrutura fantástica que o Pinheiros disponibiliza. Este acompanhamento é feito há três anos", explica o técnico.
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O Pinheiros também recruta talentos. José Luiz Marcondes é o "scouter", termo utilizado por Rossi, que observa jovens no Brasil. Marcondes, inclusive, foi quem levou Bruno Caboclo para o clube. Com esta receita, o clube paulista tem em mãos uma safra promissora. E sabe que o sucesso deve chegar em breve.