Rio - Vasco e Flamengo entram em campo neste domingo mais do que com a importante missão de conquistar um novo título estadual. O Flamengo, recordista no Rio, sofreu um sério baque quatro dias atrás frustrando a sua grande torcida com uma eliminação prematura e inesperada na Libertadores. Se perder, agravará uma crise latente e poderá fragilizar muito Jayme de Almeida e o próprio quadro político.
No Vasco, pelo que se pôde deduzir até da última entrevista de Roberto, há uma angústia pelo título que não vem há 11 anos, pelas seguidas derrotas para o Flamengo e pelo estigma do vice. É um peso que, se não for tirado neste domingo, se tornará insuportável, até pela Segundona no Brasileiro.
Claro que não há favorito porque o Flamengo está muito instável e não tem uma defesa confiável. O Vasco melhorou exatamente na defesa, mas pode ter jogadores à meia-bomba como Guiñazu e Edmilson. Se faltar técnica na decisão, certamente não faltará emoção.
Descontrole
O show de descontrole emocional do presidente do Flamengo nas cadeiras do Maracanã logo depois da derrota para o Léon foi lamentável e deprimente. Todos sabem que há pessoas mal-educadas na torcida e no meio de uma multidão não dá para evitar reclamações e acusações. Mas, partir para palavrões, ameaças físicas e se nivelar ao baixo nível em um momento conturbado é dose. Ele faria a mesma coisa se não estivesse cercado por seguranças? É tão fácil evitar esse tipo de baixaria.
O vencedor
Apesar da boa campanha e da surpreendente vitória no primeiro jogo, vai ser muito difícil para o Ituano sair com o título. Deve prevalecer a lógica e o Santos, com elenco superior, torcida e sua gloriosa camisa, deverá ser superior. De qualquer forma, o Ituano já cumpriu a sua missão com uma bela trajetória e, se perder mesmo o título, será com muita luta e dignidade. Deixará o exemplo de um belo trabalho de base comandado pelo competente Juninho Paulista.
Descarrego
O Fluminense parece ter tomado um banho de descarrego e os jogadores passaram a certeza de que estão mais leves e não apenas no lado emocional, mas também tático. Renato, embora amigo do grupo, parecia ter criado uma camisa de força de acordo com os interesses táticos e isso atrapalhou. Tudo bem que o Horizonte tem time fraco e ingênuo, mas, se o Fluminense não jogasse bem, não golearia tão facilmente. A defesa ainda precisa de reforços, mas Cristóvão pode ir longe.
Sem ambições
Depois do fracasso previsível de Eduardo Hungaro, uma escolha amadora e despropositada, o Botafogo pensa em Mancini, profissional correto, mas que jamais deu voos altos e obteve êxito apenas com times medianos. Ney Franco poderia ser uma melhor opção porque tem mais currículo e até boa passagem pelo clube. Mas o Botafogo anda com a vocação do erro e, na verdade, está precisando contratar vários jogadores de qualidade. O atual elenco é um equívoco.
A surpresa final na hora da classificação
Nesta fase de grupos da Libertadores, o último jogo foi excelente e eletrizante com uma incrível vitória do Atlético Nacional de Medellín por 3 a 1 sobre o Newell’s Old Boys em Buenos Aires, com uma atuação espetacular, um show de armação tática, embora facilitado por uma atuação inqualificável do goleiro argentino. O Newell’s era um dos favoritos para o título, mas caiu de forma inapelável. Agora, olho vivo no ótimo representante colombiano.