Por fabio.klotz

Minas Gerais - Argentina e Irã vão travar neste sábado, às 13h, no Mineirão, um duelo à moda Davi e Golias, pela segunda rodada do Grupo F da Copa do Mundo. Enquanto os hermanos têm Messi, eleito por quatro vezes o melhor jogador do planeta, no modesto Irã a maior estrela é seu treinador, o português Carlos Queiróz, que já comandou as seleções de Portugal, Emirados Árabes e África do Sul.

O iraniano Omid e o argentino Alberto Filomeno%3A queda de braço diante do MineirãoMarcia Vieria

Inexperientes e com uma equipe limitada tecnicamente, os iranianos parecem ser presas fáceis para um dos melhores ataques do Mundial, em jogo que cheira a goleada. Principalmente após o técnico Alejandro Sabella confirmar que voltará a jogar no esquema 4-3-3, como queria o povo argentino. Mesmo contando com o talento de craques como Messi, Di María, Agüero e Higuaín, o treinador argentino adota um discurso cauteloso.

“Temos de nos concentrar e manter a humildade, não existem mais equipes bobas. Não podemos subestimar ninguém. É difícil prever o que vai acontecer em um jogo, por isso o futebol é um esporte tão emocionante, mas sabemos que temos a capacidade de ganhar”, argumentou Sabella.

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Na seleção do Irã o discurso é de superação. Em sua quarta Copa do Mundo, os persas nunca passaram da primeira fase. Mesmo reconhecendo as limitações da sua equipe, o técnico Carlos Queiróz garante que os jogadores estão motivados.

“Este será o jogo mais importante da história do futebol iraniano. Não o trocamos por nada desse mundo. Depois de três anos de trabalho, os jogadores estão felizes e prontos para enfrentar um dos favoritos no Mundial”.

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Fora de campo, o clima é também de muito respeito.

“O Sabella vai colocar a equipe que todos queriam. Está tudo lindo, seremos ofensivos, mas temos de jogar”, adverte o argentino Alberto Filomeno, 50 anos, que, de carro, foi de Buenos Aires a Belo Horizonte apoiar a seleção.

Minoria absoluta em uma multidão de argentinos no Mineirão, o torcedor iraniano Omid Khalili, 31 anos, sonha que o Irã poderá ter o seu dia de Davi.

“Não temos medo da Argentina. Eles são humanos como nós, correm e chutam do mesmo jeito e não vieram de outro planeta. Vai ser difícil, mas podemos arrancar um pontinho”, aposta.

Torcida argentina preocupa Queiróz

Nem a permissão da Fifa para treinar no Mineirão, o técnico Carlos Queiróz usou o pouquíssimo tempo que sua equipe teve para conhecer o campo, nesta sexta-feira de manhã, para preparar o espírito do grupo contra a torcida argentina. Ciente de que os hermanos serão maioria no jogo, o técnico português procurou elevar o moral de seus jogadores.

“Disse a eles que o estádio é lindo, o ambiente é diferente, mas que temos de nos concentrar no que vai acontecer dentro das quatro linhas. Elas são iguais em todos as partes do mundo”, afirmou Queiróz, que não quer ver seus jogadores intimidados pelos gritos da torcida rival.

Argentinos são maioria e estão confiantesMárcia Vieira

“Temos duas opções: ou nos concentramos no que acontece dentro das quatro bandeirolas ou com o barulho que vem da arquibancada. Isso pode fazer toda a diferença”.

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