Por pedro.logato

Rio - Depois de um Mundial espetacular com jogos inesquecíveis, craques de verdade e recorde de gols, eis que voltamos ao nosso Brasileiro interrompido e o torcedor entende logo que a maior - ou única - motivação é a velha paixão por seu clube. Não se pode esperar grandes jogos, a não ser como exceção, e as esperanças são escassas. No Rio, depois da volta do Vasco à Segundona ontem, há apenas curiosidades e poucas novidades nos jogos dos grandes.

O problema é que, se a CBF, historicamente, sabe dar boas condições à Seleção (agora nem tanto) nas competições internas ela é de espantosa incompetência. Administra primariamente o Brasileiro, convive com horários estapafúrdios e nada faz para dar apoio aos clubes ou impedir um êxodo escandaloso. Sequer cogita mexer no calendário para evitar competições atropeladas. Com Marin e sua turma nada irá mudar, a não ser para pior. Mas o futebol sempre sobrevive porque ele faz parte da essência do Brasil. O amor da torcida suporta tudo e ainda há alguns poucos jogadores habilidosos.

Brasileirão está de voltaAndré Mourão / Agência O Dia

TRÊS ZAGUEIROS

Não chega ser uma novidade, mas meio na base da improvisação e do temor pelo rebaixamento, Ney Franco volta à velha fórmula de três zagueiros de área para dar um ponto final aos furos da defesa do Flamengo, liberar os laterais, e, quem sabe, tentar vencer nos contra-ataques e na velocidade. O jogo é no Moacyrzão contra o Atlético-PR. A dura realidade é que não chegaram os prometidos reforços, o time pode até melhorar, mas a briga será para não cair.

SEM FRED

Antes da Copa, a ausência de Fred (foto) era sempre preocupação para o torcedor. Agora é apenas ironizado pela extensão de suas ‘férias’ e ninguém lamenta muito a ausência, apostando fichas em Walter. Mas Fred é um ótimo atacante e só precisa se reciclar no clube, embora tenha sido mesmo um horror na Seleção. O jogo é difícil em Santa Catarina e o Fluminense, como melhor carioca, e bem dirigido por Cristóvão Borges, pode manter a sua ótima posição com uma vitória hoje.

MAMUTE!

Pode até dar certo e a torcida do Botafogo reza para que o garoto acerte e tenha uma boa trajetória. Mas vamos convir que é duro, de repente, apostar fichas em alguém inexperiente e com um nome pra lá de bizarro.Mancini, sem Jefferson, lança um garoto no gol - Andrey - e o resto do time é o de sempre, com os salários cada vez mais atrasados. O Sport, em casa, é osso duro de roer. Mas o Botafogo, nesse Brasileiro, só luta para não cair. Vale até o décimo sexto lugar.

NOTA 9,25

Por quê será que a Fifa deu essa nota quebrada para a Copa? Se os critérios foram os mesmos para eleger Messi craque da competição, tudo errado. Pode-se especular que aquela invasão dos chilenos no Maracanã tirou pontos mas aí a Fifa teve parcela de culpa. A questão dos cambistas também foi muito negativa mas, no caso, a Fifa deveria dar pontos extras porque a polícia brasileira colocou corruptos na cadeia. Para quem falava em pontapés no traseiro ficou de bom tamanho.

ESTATÍSTICAS BEM FAVORÁVEIS

Os números no futebol ficam enjoados quando repetidos em excesso, mas o balanço final da Copa é interessante: a média de 2,67 gols é ótima, uma das maiores de todos os tempos. O total de gols, 171, não foi um estelionato e sim eficiência dos atacantes e postura ofensiva. A média de público, mais de 57 mil, só foi batida pelo Mundial dos Estados Unidos porque os estádios de lá, adaptados do futebol americano e do beisebol, são imensos e ninguém mais irá superá-los. Para onde se olhar nessa Copa, a começar pelo campeão, só tem coisa boa.

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