Por pedro.logato

Rio - Ninguém em juízo perfeito poderia imaginar, logo depois da Copa, que Dunga teria chances de voltar à Seleção. Ele até fez boa campanha no seu período mas perdeu-se inteiramente depois, isolou o grupo e , ao sair, afastou-se praticamente do mercado. A ideia de se fazer uma mudança radical, até com a experiência de um treinador estrangeiro, era atraente embora irreal exatamente porque Marin e Del Nero estão dando as cartas. Gilmar já descartou a possibilidade e, por enquanto, Tite e Muricy ainda estão no páreo.

No entanto, nos bastidores, há quem aposte em Dunga porque, além da velha amizade desde a Copa de 94, Gilmar teria, com ele, mais facilidade de influir, o que não aconteceria com nomes mais cascudos. Gilmar terá muito mais poder que Parreira tinha, Gallo também ganhou força e haveria assim uma espécie de triunvirato, o que reforça a possibilidade da vinda de Dunga. Se ela se confirmar, haverá, não uma estagnação, mas um retrocesso.

Dunga está perto de voltar para a SeleçãoReprodução Internet

BOM SENSO

Em suas entrevistas, Cristóvão Borges tem sido um dos raros técnicos que se referem à Copa e às lições que se pode tirar com os alemães. É curioso como muitos dos seus colegas silenciam sobre o tema. Vamos ver se Cristóvão consegue imprimir um ritmo forte ao Flu e ajuda ter no elenco jogadores técnicos e dinâmicos como Conca, Jean, Sóbis e Walter. Neste domingo, contra o time bem armado mas muito jovem do Santos, será uma boa chance de esquecer o tropeço contra o Criciúma.

O DESAFIO

Se a lógica funcionar, o Flamengo voltará do Sul com mais uma derrota no currículo. Mas, como no futebol as coisas não são assim tão simples, é possível que, de onde menos se espera, venha uma luz qualquer. O Fla deverá jogar com muita cautela, no contra-ataque, e assumir sua inferioridade, sem se expor tanto como na quarta-feira. O ambiente interno não está bom e novo tropeço colocará em xeque a própria posição de Ney Franco. Ou ele começa a vencer ou dança.

Flamengo vive momento muito complicadoMárcio Mercante

OS BRINQUINHOS

Como o Brasil perdeu feio a Copa, de forma humilhante e escandalosa, até os brinquinhos e as tatuagens dos jogadores passaram a ser demonizados. A sobriedade e a aparência ‘clean’ dos alemães já são consideradas um modelo. Vamos com calma. É possível que os brasileiros tenham perdido tempo demais nos salões e o excesso de cuidados com a aparência atrapalhou a concentração. Mas, de um jeito ou de outro, o importante é o talento e a qualidade em campo. Só não pode exagerar.

LOUCURAS

O Botafogo já viveu crises profundas em sua trajetória, bem piores do que a atual, e sobreviveu. Mas essa é terrível e 2014 pode ainda reservar dramas inesperados como a queda para a Série B. Os dirigentes estão a tal ponto perdidos que até tentaram a volta de Loco Abreu (foto) que, com 38 anos, seria inútil e poderia manchar a sua bela história no clube. Ainda bem que não vingou. Agora só resta esperar 2015 com a volta do Engenhão e o ‘mecenas’ indicado por Montenegro.

MUITAS PERDAS PARA O FUTEBOL EM 2014

O jornalismo esportivo perdeu muitos nomes este ano e o futebol também anda sofrendo. Recentemente se foram Assis e Washington, Fernandão e alguns jogadores da seleção de ouro de 58. Essa semana, Armando Marques morreu e fica a lembrança de um revolucionário na arbitragem, cheio de excessos mas que trouxe uma certa autoridade e independência a uma função sem grande credibilidade. Participou com brilho de mesas redondas na antiga TV Manchete mas não obteve o mesmo êxito no Departamento de Árbitros da CBF onde se fechou em um casulo.

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