Por pedro.logato

Rio - Não é só a seleção brasileira que passará por renovação para a Copa na Rússia. As demais campeãs mundiais e a Holanda já articulam mudanças. Bruscas, em alguns casos — como na Espanha e Itália, eliminadas de forma precoce no Mundial do Brasil. Em outros, há a continuação de um planejamento bem-sucedido — como na campeã Alemanha, recompensada por uma reestruturação que começou há dez anos.

Com o fim da Copa, despedem-se da competição nomes de peso: o italiano Pirlo, esteio da Azzurra; Xavi, principal nome da Fúria que dominou o esporte por seis anos; Klose, maior artilheiro da história dos Mundiais e o alemão Lahm; a dupla Gerrard e Lampard, referências da Inglaterra que, novamente, decepcionou.

O desafio das seleções é fazer com que a reciclagem seja pouco perceptível dentro de campo, sobretudo no âmbito dos resultados. Até porque, ano que vem, haverá a Copa América, e em 2016 a Eurocopa. Primeiras prévias do que poderá acontecer na Rússia.

ALEMANHA

Os alemães largam de antemão como favoritos. Da base que venceu a Copa, apenas Neuer, Schweinsteiger, Khedira e Lahm estarão com mais de 30 anos. Mas deverão jogar na Rússia. Kroos, Müller, Özil, Götze, Schürrle e Hummels seguem na equipe, que ainda contará com Marco Reus (cortado agora por lesão). O jovem Julian Draxler, pouco usado no Brasil, é uma das principais revelações do futebol europeu, e Gundogan, do Borussia Dortmund, é nome certo para a Rússia.

Lahm anunciou aposentadoria da seleção alemãReuters

ARGENTINA

Lionel Messi completará 31 anos durante a Copa da Rússia. O argentino já será um veterano de quatro Mundiais e nenhuma conquista. Um peso que se acumula nas costas de Messi desde 2006, quando estreou na competição. Em 2018, deverá capitanear os hermanos novamente ao lado de Di María, Agüero e Higuaín. Todos já na casa dos 30 anos.

Contudo, não está garantida a presença do xerife Mascherano, e vários nomes da defesa serão substituídos.

O setor ofensivo apresenta as principais revelações, como o atacante Mauro Icardi, da Inter de Milão, o apoiador Lamela, do Tottenham, e Juan Manuel Iturbe, que já defendeu a seleção paraguaia e, depois, atuou nas categorias de base da Argentina. E acabou de assinar contrato com a Roma.
No comando, é quase certa a saída de Alejandro Sabella, e Tata Martino é o favorito para o posto. Corre por fora o nome do ídolo Diego Simeone.

Messi terá 31 anos na próxima Copa do MundoReuters

ESPANHA

Na Fúria, a necessidade de renovação é urgente. O elenco campeão do mundo em 2010 fez feio no Brasil, e mesmo os mais jovens estarão com mais de 30 anos em 2018, como os zagueiros Piqué e Sergio Ramos e o apoiador Fàbregas. Terá 34 anos o astro Iniesta, e Diego Costa, se receber novas oportunidades, somará 29 anos.A esperança dos espanhóis reside no meio-campo: Koke, Isco, Iturraspe e Thiago Alcântara, filho de Mazinho, já brilham na Europa, mas receberam poucas chances na seleção.

Iniesta poderá estar no Mundial da RússiaMárcio Mercante / Agência O Dia

URUGUAI

A Celeste que saiu do Brasil nas oitavas participou da Copa com 15 remanescentes de 2010. Houve pouca renovação, e muitos veteranos não estarão na Rússia, como o zagueiro Lugano e o ídolo Diego Forlán. Godín, referência da defesa, estará com 32 anos, mas os atacantes Edinson Cavani e Luis Suárez, os dois principais craques, são retornos quase certos, e uma das principais revelações do país, o apoiador Giorgian de Arrascaeta, é cotado para assumir uma vaga de destaque. Técnico da equipe desde 2006, Oscar Tabárez segue com respaldo.

HOLANDA

Um dos craques da Copa, Robben não descartou jogar a edição da Rússia com 34 anos. Mesma idade de Robin, van Persie e Wesley Sneijder. O recém-contratado Guus Hiddink conta com ótimos jovens em outras posições do campo, que serão bons escudeiros dos veteranos em 2018. A exemplo de Kevin Strootman e do armador Marco van Ginkel. Na defesa, praticamente não haverá mudanças em relação a agora. Todos estarão em condições de participar da próxima Copa.

FRANÇA

Os franceses deixaram o Brasil otimistas. Os ‘Bleus’ mostraram plenas condições de fazer uma boa Eurocopa em casa, em 2016. Sobretudo pela emergência da dupla Pogba e Matuidi. No ataque, Benzema servirá como referência em 2018, e Griezmann ganhou pontos com Didier Deschamps. Na defesa, enquanto medalhões como Evra e Sagna estão se despedindo, Värane, de 21 anos, é incontestável. Já Ribéry, a maior estrela, machucou-se antes do Mundial e estará com 35 anos na edição da Rússia. Dificilmente será protagonista.

Revelação da Copa, Pogba estará no próximo MundialReuters

ITALIA

Azzurra, a principal dúvida é a permanência de Buffon, já com 36 anos e cinco Copas no currículo. Antonio Conte, contratado para o lugar de Cesare Prandelli, perderá ainda as referências Pirlo e De Rossi, e nomes importantes como Cassano, Barzagli e Chiellini dificilmente ficarão para a Rússia. Resta contar com o explosivo Balotelli para liderar a Itália e investir no jovem Marco Verratti para a vaga de Pirlo. Ciro Immobile e Insignesão boas opções para o ataque. Na defesa, eterna marca dos italianos, as opções são bem mais escassas.

INGLATERRA

A imprensa inglesa já banca que caberá a Wayne Rooney liderar os jovens do país. O craque fará 33 anos em outubro de 2018 e será o único ‘sobrevivente’ da geração que, ao longo dos anos 2000, prometeu muito e entregou pouco.

Rooney deve atuar em 2018Efe

Roy Hodgson, mesmo contestado, está garantido no cargo ao menos até a Eurocopa de 2016 e já iniciou o processo de renovação. Wilshere, Sturridge, Welbeck, Lallana, Barkley e Oxlade-Chamberlain vieram ao Brasil, adquiriram experiência e formarão a base da Inglaterra na Rússia. Um desafio é encontrar substitutos para os zagueiros Jagielka e Cahill. O principal nome é Phil Jones, do Manchester United. Nas laterais, Kyle Walker e Luke Shaw despontam como os sucessores de Johnson e Baines.


Reportagem de Lucas Cahill

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