Por fabio.klotz

Rio - Ao fazer história na Olimpíada de Londres como o primeiro brasileiro a se classificar à final do individual geral de ginástica artística - ficou em décimo lugar -, Sérgio Sasaki deu apenas o primeiro passo para um sonho maior. Uma das esperanças do País para a Rio-2016, o ginasta, de 22 anos, quer conquistar uma medalha de ouro em casa, mesmo que precise superar os problemas de estrutura e a falta de apoio que vem enfrentando na preparação.

Sérgio Sasaki é uma das esperanças do Brasil na ginásticaDivulgação

“Londres não era a minha hora, eu era novo. Para o Rio, estarei mais preparado, tenho treinado muito para essa medalha, estarei no meu auge. Só falta a estrutura para ajudar”, afirmou.

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Apesar dos resultados históricos na última Olimpíada (a classificação de Sasaki e o ouro inédito de Arthur Zanetti nas argolas), a ginástica brasileira sofreu um duro golpe ao perder seu centro de treinamento, que ficava no velódromo do Rio. Obrigado a ir para São Paulo, Sasaki tem treinado no Pinheiros, mas sem a mesma estrutura de antes. Mesmo assim, conseguiu bom resultado no Mundial (quinto lugar no individual geral) e conquistou o ouro no Pan de ginástica no salto.

“Chance todos têm, mas o que diferencia um medalhista de um atleta com talento é a excelência na preparação. Boa estrutura, treinamento adequado, técnicos... É isso que se faz para produzir medalhistas. Não é só talento”, desabafou o ginasta.

Mesmo sem a estrutura adequada - o COB promete iniciar as obras de construção do CT neste mês, na HSBC Arena, e finalizá-las até dezembro - , Sasaki é uma das grandes esperanças de ouro na ginástica em 2016. Ao executar bem os seis aparelhos da competição, ele é considerado o mais completo dos ginastas brasileiros e, por isso, investirá no individual geral, mas também apostará no salto para ganhar mais uma medalha. Outro objetivo no Rio será ajudar a equipe brasileira - campeã pan-americana em 2011 - a disputar pela primeira vez a final.

“O individual geral é a grande meta e também quero ajudar a equipe a conseguir um resultado histórico”, disse Sasaki, que teme pelo futuro da equipe por conta da estrutura aquém do desejado.

“Talento nós temos, falta um lugar para treinar, não só para 2016, mas para o futuro.”

1 - Na Copa do Mundo, os jogadores brasileiros sentiram a pressão de atuar em casa. Como acha que será brigar por medalha no Rio? Pode ser muita pressão?

"O psicológico será muito importante. Mas também varia de atleta para atleta. Eu, por exemplo, acho que a torcida vai ajudar bastante. Gosto de me apresentar com a arquibancada cheia, vai ser muito bom estar em casa."

2 - A ginástica levou um baque com o fechamento do CT no velódromo (em fevereiro de 2013). O quanto atrapalhou? Acredita na promessa de construção de um novo até dezembro?

"Atrapalhou bastante. O velódromo era uma boa casa e agora não temos nenhuma. Era o melhor local para treinar e, no Brasil, não tem nada parecido, nenhum local com essa estrutura. Não sei quando (o novo CT) vai ficar pronto, a gente fica na expectativa. Nós, atletas, somos sempre os últimos a saber, temos nos preparado como dá. Força nós temos, mas o que ajuda a gente é a estrutura."

3 - Qual será a importância do Pan de Toronto para a preparação da ginástica?

"Para o Pan de 2015, queremos manter o resultado de 2011 (ouro inédito por equipes). Vai ser uma boa preparação. É bom para ver o que se fez de errado, ou melhor, o que tem dado certo."

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