Rio - Essa história do suborno na Portuguesa não pode desaparecer debaixo do tapete. Se um representante do Ministério Público diz que tem nomes de suspeitos de receber suborno é porque algo aconteceu. Caso contrário, estaria brincando com coisa séria. E, se houve, a quem interessava? Se a um grupo interno do clube, os valores não seriam tão altos por razões óbvias — o ressentimento jamais valeria tanto. E, se milhões são citados, se confirmaria a corrupção de um clube poderoso interessado em não sair da Série A, no caso, só a dupla Fla-Flu. Mas toda a trama parece irreal. De qualquer forma, do jeito que está, o torcedor parece certo de que o futebol é sujo e de que clubes compram vagas na Série A. Para desfazer isso, o MP tem que destrinchar o Caso Héverton e, claro, punir com rigor.

EMOCIONANTE
O primeiro jogo decisivo da Copa do Brasil foi eletrizante. O Atlético-MG impôs o seu estilo mais forte e chega ao fim da temporada mais inteiro e em ascensão. Dátolo comandou as ações, Marcos Rocha foi um gigante e Luan voltou a jogar muito. O Cruzeiro caiu na armadilha. Difícil imaginar que o Galo, como Corinthians e Flamengo, não aproveite essa bela vantagem.
BOM SENSO
Elogiar a Seleção pelos últimos jogos não significa dizer que recuperamos o prestígio, que Dunga é o treinador ideal ou que vamos ganhar a próxima Copa. Apenas que o time, mais rapidamente do que se esperava, voltou à normalidade e, mesmo sem brilho especial, joga um futebol simples e eficiente. Taticamente, é muito melhor do que na Copa.
OS EXTREMOS
Reza a lenda que clássico nunca tem favorito e que muitas vezes quem está por baixo surpreende. Pode ser, mas o Flu é o favorito absoluto, tem time mais poderoso, muita qualidade e condições de se firmar na luta pelo G-4. O Botafogo, estraçalhado, sem esquema definido, tecnicamente frágil, dificilmente resistirá, embora precise da vitória como um afogado de oxigênio.
HONRA AO MÉRITO
Essa coluna se congratula com o Prêmio Esso do ‘Meia Hora’, muitíssimo justo pela criatividade e bom humor da capa, no ‘day after’ dos 7 a 1, e ainda mais com o esporte em primeiro plano. Parabéns aos companheiros pelo belo trabalho, que se reflete no contexto geral, tanto que o ‘Meia Hora’ esteve muito bem na fita no Festival de Cinema do Rio.