Por edsel.britto

Rio - Ao lado de Zé Roberto e Rogério Ceni, Paulo Baier integra o grupos dos 'quarentões' do futebol brasileiro ainda em atividade. Ao contrário dos companheiros, o meia optou em 2015 por atuar em um time fora dos grandes centros para ficar mais perto da família e tem colhido bons frutos da sua escolha. Em três jogos, o camisa 10 marcou quatro gols pelo Ypiranga e lidera o clube na boa campanha no Campeonato Gaúcho, no qual ocupa a vice-liderança e é o artilheiro. Feliz com a vida e a fase em campo, Baier revelou estar satisfeito em ter ido para a equipe do interior.

"Não muda muita coisa (sair da Série A). Eu optei vir para cá, para poder ficar mais próximo da minha família, próximo da minha terra natal (Ijuí). Estou muito feliz aqui, conseguindo fazer gols e tendo boas atuações. Mas, independentemente do time que estou, o mais importante para mim é que estou feliz e motivado", conta.

Aos 40 anos%2C Paulo Baier é artilheiro do Campeonato Gaúcho atuando pelo Ypiranga-RSDivulgação

O meia também revelou que chegou a ter propostas de clubes da Série A no primeiro semestre, mas preferiu ficar mais próximo de sua terra natal e de sua família. Apesar disso, Paulo afirma que, após o Gauchão, tem vontade de voltar a atuar na Primeira Divisão do Brasileiro - ele é o artilheiro da era dos pontos corridos - e que esperar poder atuar até o fim ano.

"Isso é uma motivação a mais (ser artilheiros dos pontos corridos). O pensamento agora é fazer um bom Campeonato Gaúcho pelo Ypiranga, dar continuidade na boa fase e buscar o objetivo de nos classificar entre os oitos primeiros da competição. Depois vamos ver se conseguimos mais alguma na fase de mata-mata. Pretendo jogar até o fim do ano e no segundo semestre devo olhar algumas propostas. Tenho muita vontade de voltar a atuar na Série A", disse.

Em três jogos pelo Ypiranga%2C Baier já marcou quatro gols e ajuda a equipe a surpreender no Gaúcho com a vice-liderançaDivulgação

Apesar da motivação e da vontade em continuar jogando, Paulo Baier admite que a aposentadoria do futebol está se aproximando.Segundo o jogador, sua intenção é parar no fim da temporada e possivelmente se dedicar à vida de treinador.

"Já está bem próximo. Já faz algum tempo que pensei em parar, mas fui jogando, fazendo gols e isso acabou me motivando mais e não consegui parar, eu gosto disso. Mas a intenção é me aposentar esse ano. Ainda não sei como vai ser a temporada, tudo vai ser uma questão de motivação. Enquanto eu estiver motivado e com vontade, vou continuar. Mas o planejamento inicial é encerrar a carreira no fim do ano", revelou.

Confira a entrevista de Paulo Baier na íntegra:

O DIA: Como tem sido essa experiência em um time mais modesto após anos disputando a Série A do Brasileiro?

Paulo Baier: Não muda muita coisa. Eu optei vir para cá para ficar mais próximo da minha família e da minha terra natal. Estou muito feliz aqui, conseguindo fazer gols e tendo boas atuações ajudando o time. Independentemente do time, o importante é estar feliz e motivado.

O DIA: Por que você decidiu escolher o Ypiranga? Teve propostas de times da Série A neste primeiro semestre?

Paulo Baier: Eu tive alguns outras propostas de alguns times da Série A, mas optei por ficar mais próximo da família nesse começo de ano, jogar o Gauchão, que tem bons times, bons jogadores. Até agora estamos fazendo uma boa campanha, ocupando a vice-liderança e indo muito bem. Vamos dar continuidade nessa boa fase. Pretendo jogar esse ano todo, mas por enquanto está sendo bem legal a experiência no Ypiranga. Após o Gauchão, vou ver o que irei fazer.

O DIA: Como é ser o artilheiro do Gaúchão e vice-líder da competição à frente da dupla Gre-Nal?

Paulo Baier: É uma coisa bacana. Eu não tive a oportunidade de fazer pré-temporada com o elenco do Ypiranga e acabei chegando no meio da competição. Só fiz três jogos pelo clube e já consegui marcar quatro gols, fazer bons jogos, fizemos 11 gols e não sofremos nenhum. A equipe cresceu muito desde que eu cheguei e estou muito feliz de poder ajudar nessa boa fase.

O DIA: Qual o segredo para chegar jogando ainda em alto nível aos 40 anos? Você acha que o futebol brasileiro passou a valorizar mais o jogador experiente, visto que o Zé Roberto e Rogério Ceni, são referências no Palmeiras e São Paulo?

Paulo Baier: A questão é a motivação, além do profissionalismo. Procuro na minha idade sempre treinar bastante, mas o principal é estar motivado, para jogar, treinar, concentrar, isso é o grande fator para chegar bem aos 40 anos. Continuo motivado e feliz para jogar bola. Sei que está chegando perto de encerrar a carreira, mas tenho me divertido muito em cada treino e jogo. Enquanto sentir isso, vou continuar. Eu acho que quebrou essa barreira, esse preconceito com os mais experientes, principalmente em relação ao que pensavam antigamente, quando o jogador com 32, 34, já estava velho e acabado pro futebol. Quebramos essa barreira, sendo profissional, nos dedicando e estando sempre motivado para jogar. Tudo isso foi muito importante para mudar esse cenário no Brasil.

O DIA: Quais os seus planos para o segundo semestre? Pretende voltar à Série A para ampliar a sua marca como maior artilheiros dos pontos corridos?

Paulo Baier: Isso é uma motivação a mais (ser artilheiros dos pontos corridos). O pensamento agora é fazer um bom Campeonato Gaúcho pelo Ypiranga, dar continuidade na boa fase e buscar o objetivo de nos classificar entre os oitos primeiros da competição. Depois vamos ver se conseguimos mais alguma na fase de mata-mata. Pretendo jogar até o fim do ano e no segundo semestre devo olhar algumas propostas. Tenho muita vontade de voltar a atuar na Série A.

O DIA: Por quanto tempo você ainda espera jogar? Acha que a aposentadoria já está chegando?

Paulo Baier: Já está bem próximo. Já faz algum tempo que pensei em parar, mas fui jogando, fazendo gols e isso acabou me motivando mais e não consegui parar, eu gosto disso. Mas a intenção é me aposentar esse ano. Ainda não sei como vai ser a temporada, tudo vai ser uma questão de motivação. Enquanto eu estiver motivado e com vontade, vou continuar. Mas o planejamento inicial é encerrar a carreira no fim do ano.

O DIA: Já tem planos do que irá fazer quando se aposentar?

Paulo Baier: De repente vou fazer um estágio como treinador, conseguir experiência primeiro, mas só irei saber quando chegar a hora para ver o que acontece. Por enquanto continuo focado dentro de campo e nem estou pensando seriamente nisso agora.

O DIA: Depois que saiu do Palmeiras, em 2007, você se estabeleceu em equipes do Sul. Foi uma escolha sua?

Paulo Baier: A questão de escolha só aconteceu agora quando vim para o Ypiranga. Antes passei pelo Atlético-PR e fiquei cinco anos lá onde tive uma ótima estrutura, uma torcida fantástica e muito respeito de todos comigo. Foi mais uma questão de oportunidade mesmo. Agora que pude fazer uma opção pessoal para poder estar mais próximo da minha família e da minha terra natal.

O DIA: Em 1999 você teve passagens por Vasco e Botafogo, e na época ainda era conhecido como Paulo César. O que você lembra dessa época? Chegou a ter propostas de algum clube do Rio após isso?

Paulo Baier: Eu lamento não ter tido mais oportunidades pelo Sudeste, meus contratos sempre foram curtos, com duração de seis meses e não conseguia conhecer o clube direito. Foram passagens muito rápidas e lamento muito, porque sei que poderia ter rendido muito mais. Depois que virei Paulo Baier e voltei a atuar no meio-campo, as portas se abriram mais e tive contratos mais longos. Queria ter jogado mais tempo no Botafogo, no Vasco, no Atlético-MG, mas não aconteceu e eu lamento muito por isso. Tive algumas sondagens, até mesmo depois que eu saí do Atlético-PR, mas nada de concreto, só sondagem mesmo. Agora vou ver o que acontece após o Campeonato Gaúcho. Seria um prazer voltar para o Rio de Janeiro. Adoro a cidade e seria uma coisa muito bacana.

O DIA: Na Internet existem algumas brincadeiras com a sua longevidade no futebol. O que você acha desse tipo de brincadeira? Como encara a repercussão?

Paulo Baier: Eu acho legal, acho importante para meu nome, que é lembado e acaba sendo mais valorizado com tudo isso. Eu acho muito bacana. Sou muito tranquilo com essas brincadeiras e aceito todas desde que não atinja minha família, meu nome com coisas ruins ou que me denigra. Fora isso, levo sempre na esportiva as brincadeiras saudáveis e vejo com bons olhos. Desde que seja saudável, não tem problema nenhum. Sou muito de boa com tudo isso.

Confira algumas brincadeiras como o Paulo Baier Facts:

*Reportagem de Edsel Britto

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