Por pedro.logato

Rio - Bonita, talentosa e, agora, melhor do mundo. Recuperando-se de cirurgia no joelho esquedo, Eduarda Amorim ganhou nesta quarta-feira um grande motivo para não tirar o sorriso contagiante do rosto: a armadora da Seleção de handebol, de 28 anos, foi eleita a número 1 do esporte em 2014 pela Federação Internacional. Status mais que esperado e que realiza o sonho da catarinense de Blumenau, campeã das principais competições do planeta. Uma Oktoberfest fora de época para ela, que joga fora do Brasil há uma década e que briga pela valorização da modalidade.

“Vivo um sentimento gostoso e estou realizada como atleta. Sempre tive o sonho de ser a melhor, e agora aconteceu. Sinto-me realmente nas nuvens. Agora posso comemorar. Estou feliz e emocionada com a ajuda de todos”, afirma Duda, por telefone, lembrando o momento em que recebeu a notícia.

Duda Amorim é a melhor jogadora do mundoDivulgação

“Eu estava no shopping com meu marido quando a Malu, da assessoria da Seleção, me avisou por telefone: ‘Você já está sabendo que você ganhou?’ Falei: ‘Não, você jura?’. Demorei para acreditar. Dei um beijo no meu marido e comemorei” conta Duda, ainda em êxtase.

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E a concorrência foi pesada. Eduarda superou a sueca Isabelle Gulldén, a espanhola Marta Mangué, a romena Cristina Neagu e a norueguesa Heidi Loke. O resultado da votação colocou a brasileira com 35,2% dos votos de fãs e jornalistas. A armadora campeã mundial em 2013 se tornou a segunda do país a conquistar o prêmio. Em 2012, a ponta Alexandra Nascimento também foi agraciada. Marca importante para o Brasil, que ainda caminha no esporte.

“Acho que é importante. O handebol sofre com dificildade por não ter tradição. Agora com duas atletas com o título mundial mostra nossa evoluação como esporte. Se um clube da Europa quiser contratar brasileira, já não vai haver preconceito”, aponta Eduarda, que desde 2009 atua pelo Gyor, da Hungria.

FESTANÇA EM BLUMENAU

Duda se recupera de cirurgia em São Paulo e não dispensou a fisioterapia mesmo após saber que tinha sido eleita a melhor do mundo. Em contato por telefone com a mãe, Dona Olívia, veio a promessa de uma festa que promete sacodir Blumenau.

“A primeira comemoração será em São Paulo. Depois, no fim de março, vou para a minha terra e a família já está me esperando ansiosa e emocionada. Todos estão muito felizes. Acho que vai ser uma Oktoberfest fora de época”, revela, entusiasmada. Mas sem esquecer de que precisa colocar os pés no chão e voltar à ativa. “Um dia sem fisioterapia é um dia a mais sem voltar à quadra. Deu para resolver tudo, atender a imprensa e ainda vibrar muito. É legal ter esse prestigio”.

Conquistas permeiam o caminho de Eduarda Amorim, Campeã da Liga dos Campeões da Europa, em 2013, com o Gyor, e do Mundial com a Seleção no mesmo ano. Eleita MVP da competição (Jogadora Mais Valiosa), ela foi peça fundamental para a conquista inédita do Brasil e vê a coroação do trabalho.

“Foi uma trajetoria com bastante suor, um pouco de sorte e muita ajuda de todos. Evolui a cada ano”, diz Duda, das quadras para a história.

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