Suíça - Ocorreu nesta sexta-feira, o 65º Congresso da Fifa, que tinha o intuito de reeleger Joseph Blatter ou escolher pela primeira vez o príncipe Ali bin Al-Hussein ao cargo de presidente da entidade. A crise e as prisões de dirigentes do alto escalão do futebol, entre eles o ex-presidente da CBF, José Maria Marin, não abalaram as forças do dirigente suíço no pleito.
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Os delegados, representantes das confederações e federações internacionais, deram a vitória para Blatter, que agora segue para o seu quinto mandado na Fifa até 2018. Com o retorno de Marco Polo Del Nero, ao Brasil, coube a Mauro Carmélio, presidente da Federação Cearense de Futebol, votar pela CBF.
A eleição na Fifa ocorre em dois turnos. Caso um dos candidatos não atinja 2/3 dos votos, uma nova rodada acontece e vence aquele conseguir metade dos votos mais um (mais de 51% do colégio eleitoral).
No primeiro turno, Blatter teve 133 votos contra 73 do seu adversário, em um total de 206 válidos. A definição em primeira instância não ocorreu por apenas sete votos. Antes do início da segunda rodada de votações, o príncipe jordaniano Ali bin Al-Hussein retirou sua candidatura dando a vitória para Blatter.
"Nada na vida existe sem esperança. Até mesmo a noite mais escura pode ser quebrada com um novo amanhecer. Queremos transparência, inclusão e responsabilidade. Todos puxando na mesma direção pelo bem da Fifa e do futebol", disse o príncipe jordaniano, antes do início da votação. Ele havia dito que tinha mais de 60 federações alinhadas com sua cadidatura, sem contar o bloco europeu. Joseph Blatter rebateu o rival na sua vez.
"Vocês estão me dando esta oportunidade de estar aqui com vocês. Tenho agora uma oportunidade de agradecer a vocês. Obrigado por acompanhar o desenvolvimento da Fifa nos últimos 40 anos. Nós não precisamos de revoluções, mas sempre precisamos de evolução", disse Blatter durante seu discurso.
Blatter também aproveitou para alfinetar Estados Unidos e Inglaterra, dois países fortes na oposição ao seu comando da Fifa. Segundo ele, se outros países fossem escolhidos como sedes de Copa do Mundo, "a confusão seria menor".
Antes do início da votação, cerca de cem manifestantes protestaram contra Israel em favor dos esportistas do estado Palestino. Um deles conseguiu adentrar ao Congresso e dar um "cartão vermelho" para Blatter e aos israelenses, em forma de protesto. O congresso também foi paralisado por conta da uma suspeita de bomba. Depois de uma varredura, feita na pausa para o almoço, nada foi encontrado no local.
As condições de trabalho no Catar, sede da Copa do Mundo de 2022, também foram alvos de protestos. No país, segundo especialistas e ONG's, há a prática de escravidão moderna, quando os operários são impedidos de se desligarem dos seus empregos e trabalham em condições sub-humanas.
Dentro do ginásio, entre diversos assuntos debatidos antes da eleição, o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, apresentou um relatório de desenvolvimento da entidade. Nestes dados, o dirigente falou da Copa do Mundo de 2014, no Brasil que, segundo ele, superou a arrecadação do que seu antecessora.
Na hora da votação, os votantes foram chamados por ordem alfabética para depositar seus votos nas cabines. Após apuração das cédulas de papel, Blatter foi eleito no segundo turno com % dos votos. No primeiro turno, o suíço teve 133 votos contra 73 do seu adversário, em um total de 206 válidos. Antes do início da segunda rodada de votação, o príncipe Ali bin Al-Hussein retirou seu nome da disputa dando a vitória para Blatter.