Rio - O Vasco celebra o mediano Riascos, sente saudade de Martín Silva, elogia a dedicação de Guiñazu e se reforça com Herrera. O Flamengo prepara Armero, cede espaço para Canteros e Cáceres e, ansioso, aguarda Guerrero como a grande salvação. Nos melhores times do Brasil, os destaques são gringos - Aránguiz, Dátolo, Arrascaeta, Pratto, Valdivia, D’Alessandro e a lista vai longe. Pouco tempo atrás, os destaques no país eram Montillo e Conca. Loco Abreu foi quase um ícone no Botafogo.
Com as nossas melhores revelações no exterior, e as divisões de base malcuidadas, o que sobra? Desorganização e falta de talento que se revelam na pobreza da maioria dos times brasileiros e causam a sensação de que o nosso futebol está no fundo do poço, ainda pior do que realmente é. Há um pesado trabalho pela frente para mudar tudo, começando pela ética e competência dos dirigentes, depois pela atualização tática dos técnicos e, afinal, pela evolução profissional dos jogadores.
De Ronaldinho a Paulinho, uma legião cada vez mais dispersa
Duas recentes transferências são emblemáticas desses tempos loucos no futebol brasileiro, em que garotos da base batem asas para o exterior e a Seleção de vez em quando aparece com um nome estranho. Mesmo os já conhecidos vão e voltam da legião estrangeira. Paulinho foi fenômeno no Corinthians, esperava-se muito dele na Copa e nada. Não se firmou no futebol inglês e foi parar na China. E Ronaldinho? Em fim de carreira, o negócio dele é só grana. Agora, mandou-se para a Turquia.
Cristóvão a perigo
Pode até parecer piada, mas alguém duvida de que Cristóvão Borges tem grandes chances de cair se o Flamengo perder nesta quarta-feira para o Joinville? Ele mal chegou à Gávea, mas, como não conseguiu se impor e dar um padrão ao time, balança e já se fala abertamente em nomes como Cuca e Oswaldo de Oliveira. A diretoria entende muito de economia e o futebol parece o mais complicado dos enigmas. Com esse time, as chances de êxito no Brasileirão são tênues.
Eles tumultuam
Os árbitros na Copa América acertaram nas intenções, mas não nas ações. Decidiram deixar o jogo correr solto, marcando poucas faltas e permitindo muito contato. Só que os jogadores ficaram confusos. Ainda provocaram confusões com Sandro Meira Ricci, no Chile 1 x 0 Uruguai, e José Argote, no Chile 2 x 1 Peru. Em um jogo, só se viu a indignação de Cavani com a dedada. No outro, exagero na expulsão de Zambrano e erro no primeiro gol ilegal dos chilenos.
Chile na final
Como se esperava, o Chile do técnico Jorge Sampaoli está na final da Copa América graças à habilidade do seu setor ofensivo, à participação forte de sua torcida e um pouco à simpatia das arbitragens. Isso já aconteceu no jogão diante do Uruguai, no qual Cavani acabou pagando o pato, e contra o Peru, com a expulsão de Zambrano. O jogo foi equilibrado, mas os peruanos resistiram bravamente com um homem a menos e ainda deixaram uma legião de fãs.
Risco real
Como no título daquele bom filme de ação com Harrison Ford "Perigo real e imediato", a seleção brasileira corre risco nas Eliminatórias de 2018. Tudo indica que irá à Rússia porque as chances são grandes de ficar entre os cinco primeiros em um grupo de dez. Mas, excetuando-se Venezuela, Bolívia e Equador, os outros seis adversários são perigosos. Se o Brasil de Dunga não evoluir, haverá ameaça de Argentina, Chile, Colômbia e até Uruguai, Paraguai e Peru. Presta atenção!