Por edsel.britto

Toronto - Aruba reúne algumas das praias mais espetaculares da América Central numa área de apenas 193 quilômetros quadrados, menor do que a cidade de Santos, no litoral de São Paulo, por isso é um dos destinos mais visitados por quem admira locais paradisíacos. Mas o pequeno país de 120 mil habitantes, descoberto por espanhóis em 1499 e colonizado por holandeses em 1636, não exibe a mesma beleza quanto o assunto é esporte.

Ao lado das Ilhas Virgens Britânicas, Aruba nunca conquistou uma medalha em Jogos Pan-Americanos - participa do evento desde Indianápolis-1987. Resultado de pouco apoio para competir em alto nível e chances raras de treinar e fazer intercâmbios com outros países, analisam alguns dos atletas do país que estão em Toronto.

Amouk Eman (à esquerda) e Kyra Hoevertsz%2C do nado sincronizado%2C são a maior esperança de medalhaThiago Rocha / iG

Em comparação ao Pan de Guadalajara, quatro anos atrás, a delegação aumentou: de 17 (em cinco modalidades) para 25 atletas (em dez). Por conta disso, o pensamento de Aruba em Toronto é um só: agora vai!

A principal esperança está no nado sincronizado. Amouk Eman, de 23 anos, se tornou a primeira atleta de Aruba a ser campeã nacional, mas nos Estados Unidos. Ela forma o dueto com Kyra Hoevertsz, de 17, também com pódios em torneios como juvenil. Ambas estudam em instituições americanas e lamentam que poucos em seu país têm a chance de buscar novos desafios no exterior.

"Gostaríamos de ganhar mais experiência e ter mais tempo para treinar juntas, mas somos privilegiadas entre os atletas de Aruba", acredita Kyra. "Definitivamente (o Pan de Toronto) é a grande competição de nossas vidas", concorda Amouk, que não assimila o jejum de pódios de Aruba como pressão. "A gente tenta não pensar muito para não se frustrar. Não sei se temos chance de medalha. Vaga nos Jogos Olímpicos do Rio? Quem sabe..."

Delegação de Aruba cresceu e é formada por 25 atletas no Pan de TorontoThiago Rocha / iG

As modalidades esportivas mais populares de Aruba são beisebol e futebol: "Mas os times são horríveis", admite Amouk.

Renze Postma, representante de Aruba no triatlo, é um pouco mais otimista. Vê o país com outras possibilidades de pódio em Toronto, além do nado sincronizado. "Acho que são as melhores chances que já tivemos por medalha. Tem nado sincronizado, vela, boliche, todos com bons resultados em torneios importantes na América Central. Diria que temos 99% de chances de sair daqui com uma medalha".

Postma não se colocou na lista de postulantes a pódio, mas não por falsa modéstia. "O nível do triatlo está muito alto em Toronto", lamenta o atleta de Aruba, que não figura no ranking mundial da modalidade. "O país deu mais foco ao esporte nos últimos anos. Os jovens estão saindo mais do país, vão estudar nos Estados Unidos ou na Holanda como atletas bolsistas. Isso faz com que alguns se desenvolvam bastante, ter a chance de treinar com mais qualidade é essencial para Aruba crescer."

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