Canadá - Na final da plataforma de 10m dos saltos ornamentais dos Jogos Pan-Americanos, na noite deste sábado, em Toronto, Ingrid de Oliveira não tentou repetir o salto que a fez tirar nota zero nas eliminatórias no dia anterior. Optou por execuções em que sentia mais segurança e fez a maior pontuação da carreira (329) para ser a melhor brasileira na prova, em sexto lugar. Giovanna Pedroso foi a sétima, com 299,50.

A lição a ser aprendida após Toronto é o tal salto, um duplo mortal e meio carpado. O choro que Ingrid não conseguiu segurar à beira da piscina no dia anterior se repetiu no quarto da Vila Pan-Americana.
"Cheguei, tentei comer e não consegui, acho que fui dormir depois das 2h porque não tinha sono. Fiquei chorando no quarto", contou Ingrid, de 19 anos. Azar de Giovanna, sua amiga e companheira de quarto. "Era o momento de ela desabafar. Não chorei junto, mas fiquei chateada por causa dela", disse.
Seu perfil no Instagram, rede social de compartilhamento de fotos e que deu o que falar neste Pan por conta de uma foto de maiô que publicou antes de competir, também fez a saltadora se chatear. "Recebi muitas mensagens de apoio, mas outras que me deixaram bem tristes. O povo que faz isso não pode ser brasileiro."
Ingrid até pensou em repetir o salto na final deste sábado, mas na hora não se sentiu confiante. "No treino eu acertei, recebi aplausos, mas na hora de competir estava muito ansiosa."
A queda atabalhoada na sexta-feira a deixou com um enorme hematoma na coxa esquerda. "Abri (o movimento) cedo demais e tive de dobrar a perna para não ficar pior do que já foi", relembrou.
O polêmico salto, porém, não será descartado da rotina de Ingrid. Pelo contrário. A ideia é deixá-lo ainda mais difícil para os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro. "Queria ter acertado o salto, isso me deixaria no nível das quatro primeiras (no Pan)", analisou.