Por victor.abreu

Canadá - O conflito de datas forçou as seleções brasileiras de vôlei a montar dois grupos para os compromissos de julho. Os times considerados ideais se focaram nos torneios mais importantes, Grand Prix para o feminino e Liga Mundial para o masculino, enquanto times B estariam nos Jogos Pan-Americanos. A divisão não foi apenas uma questão de prioridades. O Pan de Toronto, de certa forma, está servindo para observar opções e dar rodagem a jogadores(as) com potencial para figurarem nas equipes principais.

Na seleção feminina, duas jogadoras podem se considerar fora desse julgamento: Fernanda Garay e Jaqueline, poupadas da equipe principal por não estarem no ápice da forma. A observação estará mais focada em uma posição específica: a de levantadora. A titular Dani Lins está no Grand Prix. Roberta herdou a vaga de reserva por conta do pedido de dispensa de Fabíola. Em Toronto, Macris iniciou as partidas contra Canadá e Peru, com Ana Tiemi como suplente e entrando pouco em quadra, pois está com um inchaço na mão direita, provocado por uma bolada no treino.

Time masculino brasileiro não conta com sua força máximaWilliam Lucas / Inovafoto / CBV

Além de Dani Lins, não há uma outra unanimidade para a posição. Por isso, a disputa pela preferência de José Roberto Guimarães promete ser intensa até os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro. "É a primeira chance que tenho na seleção e quero aproveitá-la. Este é o meu momento", afirmou Macris, de 26 anos, que disputou a última Superliga pelo Pinheiros. O treinador prefere não dar pistas sobre essas observações. "Não tem ninguém garantido, muitas coisas ainda podem acontecer até lá. Estou fazendo experiências e para a Macris o Pan é importante assim como a Copa Pan-Americana foi um dia para a Dani Lins", disse Guimarães, que está comandando a equipe em Toronto.

Bernardinho, ao contrário, ficou com a equipe principal masculina para a disputa da fase final da Liga Mundial, no Rio de Janeiro, em que ficou fora da decisão, e mandou seus assistentes técnicos para o Pan de Toronto. Em quadra na vitória sobre a Colômbia e na derrota para Cuba entraram jogadores com passagens de destaque pela Superliga e ex-integrantes de seleções de base, caso do levantador Thiaguinho, estreante no time adulto. "Não imaginava tão cedo estar num Pan-Americano, fiquei muito ansioso. Meu sonho é chegar nas Olimpíadas, então para isso tenho de jogar bem aqui e me firmar na seleção. Espero que seja no curto prazo, mas acredito que isso será um processo em longo prazo", avaliou o paraibano, campeão mundial sub 23 pelo Brasil.

Até pelos tropeços recentes da seleção masculina principal, um bom desempenho nos Jogos Pan-Americanos pode colocar dúvidas na cabeça de Bernardinho. "Todos vão querer aparecer, estamos perto de uma Olimpíada. Muitos aqui ainda têm tempo para mostrar serviço, mas quanto mais cedo aparecer nas convocações do time principal, melhor", afirmou o ponteiro Renan, de 2,17m de altura.

Uma posição, porém, estará em foco no masculino neste Pan: líbero. Serginho, com 39 anos, voltou à seleção a pedido de Bernardinho, mas até por questões físicas os Jogos Olímpicos devem ser seu último ato. Em Toronto, o dono da posição é Tiago Brendle, de 29 anos, que atuou pelo Maringá na última Superliga. "O Serginho é um espelho para mim. Estou aproveitando os momentos em que treino com ele para absorver o máximo de conhecimento possível e estar pronto quando chegar minha hora", projetou.

No Pan de Toronto, a seleção feminina está invicta após dois jogos e enfrenta os Estados Unidos nesta segunda-feira, às 22h (de Brasília). Já o time masculino tenta se recuperar da derrota para Cuba diante da Argentina, na terça.

* Reportagem de Thiago Rocha para o iG

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