Alemanha - A investigação sobre irregularidades na escolha da Alemanha como sede da Copa do Mundo de 2006 pode começar a respingar em Franz Beckenbauer, é o que garante nesta terça-feira o jornal "Süddeutsche Zeitung". De acordo com a publicação, o escritório de advocacia Frehfields aponta que houve, pelo menos, um caso de suborno na eleição, além disso, teria sido responsável por encontrar um pré-acordo firmado entre o ex-jogador alemão e o ex-presidente da Concacaf Jack Warner, datado de 2000, época da definição do local do torneio.

O documento, que teve veracidade confirmada pela Federação Alemã de Futebol (DFB), teria sido idealizado por Fedor Radmann, assessor de Beckenbauer, que é considerado o grande pilar da candidatura alemã, enquanto o campeão mundial era a figura notória, que aparecia junto ao público e imprensa. O pré-acordo garantiria uma ampla cooperação com a Concacaf, o que, segundo o jornal, lembra o modelo de negócios de Warner, que foi banido do futebol pela Comissão de Ética da Fifa desde setembro e investigado nos Estados Unidos por suspeita de enriquecimento ilícito e participação em esquemas de corrupção.
O pré-acordo assinado entre Beckenbauer e Warner tratava sobre a realização de jogos amistosos e também com negociações em dinheiro, o que apontaria para semelhanças ao 'modus operandi' do dirigente banido.
A Copa do Mundo de 2006 teve sede escolhida seis anos antes, com a Alemanha vencendo a África do Sul por 12 votos a 11. Dias depois, o representante da Nova Zelândia, Charles Dempsey, revelou que se absteve de votar por ter recebido ameaças. A princípio, Warner teria votado contra a Alemanha, e o principal suspeito de envolvimento na compra de votos teria sido o catariano Mohammed bin Haman, que também foi banido da entidade.
As suspeitas sobre Beckenbauer vêm a público um dia depois da renúncia do presidente da Federação Alemã de Futebol (DFB), Wolfgang Niersbach, que era vice-presidente do Comitê Organizador do torneio. A entidade, ao confirmar a existência do pré-acordo assinado, apontou nesta terça-feira que espera a cooperação do ex-jogador e de Radmann para esclarecer as razões da assinatura do documento com Warner.