Por pedro.logato

Rio - A Ferj (Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro) se pronuciou através do seu presidente, Rubens Lopes, sobre a decisão da Justiça que acatou o pedido do Ministério Público do Rio de Janeiro para tornar os clássicos cariocas jogos de torcida única. A decisão foi tomada após a morte de um torcedor no clássico entre Botafogo e Flamengo, no último domingo, no Engenhã. Rubinho afirmou que irá acatar a decisão jurídica, mas se manifestou de forma contrária a deternimação da Justiça

 "Tomei conhecimento da decisão estabelecendo torcida única nos clássicos sob pena de multa diária de R$ 30 mil e tendo, inclusive, que mudar o regulamento. Vamos cumprir enquanto a decisão estiver prevalecendo. Entretanto, continuamos com a opinião de que não é isso efetivamente que vai influir na violência nos estádios. No interior, a prevalência e a incidência de atos violentos são insignificantes estatisticamente. O grande problema está fora dos estádios, às vezes até a quilômetros de distância quando acontecem atos de vandalismo. Então, eu imagino que essa medida não traga grandes contribuições. Pelo contrário. Pode acirrar uma insatisfação daqueles que são sociopatas, que não têm direção, sem limites, que podem fazer emboscadas para outras torcidas em trajetos, na saída ou chegada dos estádios. Penso que a solução efetiva e eficiente deve sair de um entendimento com os envolvidos. Não só o judiciário. Mas Polícia Militar, Polícia Civil, Guarda Municipal, clubes, com todas as pessoas envolvidas no planejamento para ver se conseguimos reduzir o risco. Há muito anos a Federação de Futebol do Rio luta pela paz no futebol. Já fizemos inúmeras reuniões sobre o assunto, debatemos inclusive no Tribunal de Justiça, que tem uma comissão constituída para o assunto. Mas de qualquer forma é uma decisão judicial e vamos cumprir incontestavelmente no momento", afirmou.

Rubens Lopes afirmou que a Ferj irá acatar decisão judicial Divulgação

Justiça acata pedido do MP do Rio

A Justiça do Rio determinou nesta sexta-feira que os clássicos regionais do Campeonato Carioca acontecerão com torcida única. Ou seja, fica vetada a presença de torcedores do adversário. A decisão foi tomada depois da morte de um botafoguense antes de uma partida contra o Flamengo no último domingo, no entorno do estádio do Engenhão.

"A necessidade de imposição de proibição de torcidas rivais é a única forma de garantir a proteção que o Estatuto do Torcedor confere em seu artigo 13", considerou o juiz Guilherme Schilling Pollo Duarte, citando o trecho que diz que "o torcedor tem direito à segurança nos locais onde são realizados os eventos esportivos, antes, durante e após a realização de partidas". Ele fixou multa diária de R$ 30 mil em caso de descumprimento da decisão.

São citados o Flamengo, o Fluminense, o Botafogo, o Vasco, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro (Ferj). O juiz pede "em caráter de urgência" a suspensão da comercialização de ingressos para a torcida visitante nos clássicos do Estado.

"Não obstante a instauração de diversos procedimentos e ações civis públicas para tratar das graves condutas envolvendo a crescente violência nos estádios de futebol e suas cercanias, com a participação de torcidas organizadas em brigas, rixas e homicídios, que culminaram com a assinatura de Termo de Ajustamento de Conduta em junho de 2011, as referidas torcidas organizadas compromissárias mantêm-se recorrentes e contumazes na prática de atos de violência, depreendendo-se que as punições aplicadas até a presente data têm se mostrado ineficientes", disse a decisão.

O juiz ressalta ainda que o Brasil lidera o ranking de países com mortes relacionadas ao futebol, com, em média, 10 mortes por ano, e menciona "a falência da segurança pública, associada à crise econômica sem precedentes, que tem levado às ruas manifestantes revoltados com a possibilidade de privação de seus salários, e que tem contribuído para o agravamento do clima de hostilidade". O juiz destaca ainda os protestos na porta de batalhões da PM, que desfalcaram o policiamento no dia do jogo entre Flamengo e Botafogo.

Com informações do Estadão Conteúdo

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