Rio - O torcedor do Botafogo assassinado pouco antes de uma partida de futebol no último domingo, o clássico contra o Flamengo, no estádio do Engenhão, no Rio, pelo Campeonato Carioca, não foi vítima de tiro, mas sim de perfurações feitas com um espeto de churrasco, segundo informações do programa Esporte Espetacular, da TV Globo.
Diego da Silva dos Santos, de 28 anos, morreu após ser atingido nos arredores do estádio do Engenhão, na zona norte do Rio. A partida ocorreu em meio a preocupações com o policiamento reduzido, por conta do protesto de parentes de policiais militares nas portas de alguns batalhões da cidade na semana passada.
Antes do início do jogo, houve confronto de torcedores, com registro de bombas de efeito moral e tiros. Acreditava-se que Diego tivesse sido vítima de uma bala. O delegado Fábio Cardoso, da Delegacia de Homicídios da Capital (DH), responsável pelo caso, disse à equipe de reportagem que a polícia obteve fotos e imagens que permitiram identificar como aconteceu a briga que resultou na morte do botafoguense.
A confusão teve início quando um carro passou atirando em uma área dos arredores do estádio onde estavam torcedores do Botafogo, dando início a uma briga entre facções de torcidas organizadas. De acordo com a reportagem, o laudo do Instituto Médico Legal (IML) informa que Diego morreu após ter sido atingido várias vezes por um objeto perfurante, que seria um espeto de churrasco furtado de um bar próximo.
O vice-presidente executivo do Botafogo, Luiz Fernando Santos, declarou na ocasião que a pancadaria entre torcedores foi uma "tragédia evitável". Ele disse que tentou junto à Federação de Futebol do Estado do Rio (Ferj) cancelar a partida, por temer pela segurança de quem chegava ao estádio.
Após o incidente, o juiz Guilherme Schiling, do Juizado Especial do Torcedor e dos Grandes Eventos do Rio, acatou um pedido do Ministério Público e determinou torcida única nos clássicos do Campeonato Carioca. A secretaria de Estado de Esporte e Lazer vai recorrer da decisão.