Por jessyca.damaso

Rio - Com o Brasil garantido na Copa do Mundo de 2018, Tite e os demais integrantes da comissão técnica da Seleção já programam as primeiras aulas de russo. A preocupação em aprender saudações básicas no idioma local como ‘bom dia’ e ‘obrigado’ faz parte de um planejamento de integração com o país-sede do Mundial. O ambiente favorável criado pela Alemanha no Brasil, em 2014, é um dos exemplos em que Tite se inspira. O legado da atual campeã no 'QG' em Santa Cruz Cabrália, na Bahia, já foi tema de discussões internas na CBF.

Alemães conquistaram a torcida ao interagir com a comunidade na Bahia%2C onde os atuais campeões mundiais montaram sua base de treinos EFE

"O Gustavo Hofman (jornalista da 'ESPN Brasil') escreveu livro a respeito de toda essa preparação da Alemanha — '40 Dias com a Campeã do Mundo'. Pedimos que ele nos relatasse aspectos sobre privacidade e, ao mesmo tempo, boas relações. Como técnico, tenho a responsabilidade de dizer 'muito obrigado', 'bom dia', em russo. É uma relação de respeito", ressaltou Tite.

A passagem da Alemanha pelo Brasil não será esquecida. A imagem do europeu sério foi reconstruída pela integração e ações sociais com a comunidade em Cabrália. Enquanto conquistava no campo o favoritismo, fora ganhava a simpatia dos brasileiros a cada cidade em que chegava. O atacante Podolski foi um dos que mais interagiram com o público, inclusive com postagens em português nas redes sociais.

"Foi um exemplo. Mas não foi isso que venceu. Isso criou bom ambiente de trabalho. Quando a gente tem um bom ambiente, coloca para fora o nosso potencial e até os nossos erros. Fica mais fácil corrigir. A Alemanha fez isso. Se passasse o tempo e um marciano descesse aqui e dissesse: 'A Alemanha venceu de 7 a 1 e, quando deixou o estádio, a torcida aplaudiu e os caras voltaram para resenhar', ele diria que você está de sacanagem. Isso aconteceu. (...) A Alemanha foi extremamente simpática", avaliou Tite.

Nesse sentido, o técnico considera importante a presença das famílias na Rússia, assim como aconteceu com os alemães e outras seleções na última Copa. "Sempre tento equilibrar o lado profissional com o lado humano. Dentro dessa ótica, a gente tem a oportunidade de deixar os familiares próximos. Que o atleta fique voltado ao trabalho na hora do trabalho, e, na hora de lazer, se entender que ficar com a filha, a namorada ou os pais seja legal, que vai energizar, então que fique", concluiu Tite.

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