Rio - A diretoria do Vasco divulgou nota em que diz receber "com perplexidade" a ação do Ministério Público do Estado do Rio (MP-RJ) que pede o afastamento do presidente do clube, Eurico Miranda, e do restante da diretoria. Segundo o Vasco, a ação civil pública tem "caráter político/pessoal" e "busca pelo holofote, questões pessoais e sede de poder".
A ação proposta pelo MP-RJ acusa os dirigentes vascaínos de serem coniventes com a torcida Força Jovem, que, mesmo banida pela Justiça dos estádios desde 2014, tinha permissão para frequentar as partidas do time. Segundo o órgão, a organizada teria provocado a briga generalizada que resultou na morte do torcedor vascaíno David Rocha Lopes, de 27 anos. David foi baleado no tórax nas imediações de São Januário em decorrência do conflito iniciado dentro do estádio em 8 de julho, quando o Vasco enfrentou o Flamengo.
"É com perplexidade que tomamos conhecimento de tamanho absurdo. Não é novidade que um membro do Ministério Público tem se aventurado em ações absolutamente precipitadas e desarrazoadas no que tange os episódios de violência nos estádios cariocas, especialmente em relação ao Club de Regatas Vasco da Gama, contra o qual se chegou a deduzir pedido de interdição do Estádio pela via inadequada e com base em suposto descumprimento de obrigações de terceiros, que inusitadamente não foram alvos de pretensões similares", diz o comunicado vascaíno, que tem o título "Inacreditável".
"Agora, seguindo a batida, e evidentemente temperada com questões pessoais e/ou políticas, se aventura, às vésperas do lançamento da candidatura do atual mandatário (Eurico Miranda) à reeleição, vir a juízo requerer, com base em mera ilação do parquet, a destituição de toda a diretoria do Clube, porquanto, segundo vocês afirmam, fotografias 'comprovariam' que o Vasco apoia a Força Jovem e, por conseguinte, estimularia a violência nos estádios. Inacreditavelmente assiste-se a mais um exemplo de uso da máquina estatal como instrumento político!", acusa o texto.
O Vasco questiona também o fato de a notícia ter vindo à tona no início da manhã desta quinta-feira, afirmando se tratar de uma tentativa de criar uma crise no momento em que o time vive uma sequência de vitórias no Campeonato Brasileiro.
"(Trata-se de) mais uma jogada ensaiada entre o(s) condutor(es) da manobra e os canais que se desesperam com a retomada do bom desempenho do futebol, afinal uma ação distribuída e que ainda se encontra em autuação produziu uma matéria em tempo recorde, a ser reverberada nas primeiras horas do dia do lançamento da candidatura do atual mandatário à reeleição. Nada mais peculiar", continua o texto.