Zurique - O presidente da Fifa, Gianni Infantino, acredita que a proposta da Conmebol de que a entidade internacional reconheça os títulos intercontinentais de clubes como campeonatos mundiais deve ser aprovada. Em declarações ao Estado, o suíço apontou que o projeto tem chances de passar. "Provavelmente será aprovado", disse.
A ideia ganhou força quando recebeu o apoio da Uefa. O pedido, porém, começa a contar a partir do Interclubes de 1960 e não inclui a Copa Rio de 1951, que o Palmeiras reivindica como Mundial.
A reunião do Conselho da Fifa ocorre nesta semana na Índia. Fatma Samoura, secretaria-geral da entidade, indicou que espera que as partes conversem para que se chegue a um consenso.
O Estado apurou que a Europa já indicou à Conmebol que está disposta a apoiar a ideia, inclusive para valorizar seus próprios clubes que, ao longo de décadas, também foram campeões intercontinentais.
Se os sul-americanos insistem com a ideia, a Conmebol diz não ter argumentos para defender que torneios antes de 1960 sejam considerados como oficiais. Alejandro Domínguez, presidente da entidade, explicou ao Estado que o ano de 1960 foi escolhido por conta do início nesta data da Copa Libertadores, que definia quem seria o representante da região no Intercontinental.
Seriam beneficiados com essa decisão o Flamengo, Grêmio, São Paulo e o Santos. Para 1951, porém, o Mundial que o Palmeiras alega ter vencido ocorreu quando a Libertadores ainda não existia.
Em comunicado anterior, a entidade máxima do futebol afirmou que reconhece o torneio vencido pelo clube paulista nos anos 1950 como o primeiro campeonato de clubes de dimensão mundial e os demais, disputados em jogos de ida e volta e mesmo depois no Japão. Mas esclarece que são apenas aqueles que venceram o torneio a partir de 2000 que eram considerados pela entidade como oficialmente "campeões mundiais de clubes".
Diplomática, a Fifa não deixa de dar certo valor aos torneios que existiam antes de 2000. Mas nunca os tratando como competições ou títulos oficiais. Não é a primeira vez que o pedido é feito pelos sul-americanos. Às vésperas da Copa do Mundo no Brasil, em 2014, a Fifa fez um gesto a um pedido encampado pelo então ministro do Esporte, Aldo Rebello.
Com informações do Estadão Conteúdo