Jaiyah Saelua tem 29 anos - Reprodução Twitter
Jaiyah Saelua tem 29 anosReprodução Twitter
Por O Dia

Reino Unido - Jaiyah Saelua é um caso raro no mundo do futebol. Aos 29 anos, a zagueira natural de Samoa Americana, uma pequena ilha ao sul do Pacífico. Ela é transsexual, atua no futebol masculino e já defendeu até mesmo a seleção de seu país, quebrando mais um paradigma do mundo da bola e se tornando referência na questão da diversidade.

Apesar de ter nascido com o orgão masculino, Saelua abandonou seu nome de batismo, Johnny, ainda na adolescência e decidiu assumir sua identidade feminina. Apaixonada por esporte, encontrou seu grande amor no futebol, mas diferente de Tiffany, jogadora Superliga feminina brasileira de vôlei e pivô de uma polêmica sobre o assunto, ela compete entre os homens. Em 2011, Saelua fez história e se tornou a primeira transexual a disputar uma partida das eliminatórias da opa do Mundo, em que Samoa venceu Tonga por 2 a 1, a primeira em jogos oficiais do país.

O resultado positivo não foi o único proveito tirado da exposição que a partida trouxe. A zagueira viu sua vida mudar quando teve sua história contada no documentário "Next Goal Wins", lançado em 2014, que resultou em um convite da Fifa para integrar o júri de um prêmio em prol da diversidade criado pela Fifa em 2016. Na mesma época, ela se tornou advogada especializada em casos de discriminação.

Parte de uma minoria sexual considerada como uma espécie de "terceiro gênero", e socialmente aceita na cultura da Samoa Americana, Saelua conta que só conheceu o preconceito quando quando se mudou para o Havaí e tentou ingressar na equipe de futebol da faculdade em que estudava.

"Quando faltavam 15 minutos para o aquecimento, o técnico me chamou e avisou que teria de me mandar para casa porque não queria deixar os outros jogadores em situação desconfortável. Foi minha primeira grande experiência de discriminação", disse em entrevista ao jornal britânico "The Guardian".

Saelua também conta que chegou a se sentir incomodada após ser "descoberta" pelo mundo do futebol, porém, hoje vê como sua missão a luta contra o preconceito.

"'Eu não estava realmente preparada para isso, então foi um pouco avassalador (...) Ainda há uma luta global contra a homofobia. E eu carrego uma bandeira que nem é tão conhecida, a do combate à transfobia".

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