Brasília - Afastado do futebol desde o ano passado quando foi demitido pelo Sport Recife, Vanderlei Luxemburgo se considera um viciado no esporte, mas nega ser "workaholic". Politizado, ele não concorda com o atual momento da política brasileira. O ex-treinador se define como "de esquerda" e não acredita que a intervenção federal irá resolver os problemas de violência no Rio de Janeiro.
"Eu me tornei um homem de esquerda. Fui presidente de diretório acadêmico, briguei contra o processo ditatorial. Vivemos um momento ditatorial sem ser ditadura. É a ditadura do Poder Judiciário, político, da imprensa. Quem tem poder está usando em benefício próprio", afirmou em entrevista ao "Correio Brasiliense". O atual presidente Michel Temer também foi criticado.
"Eu não vi praticamente mudança nenhuma. O Brasil, como país, foi prejudicado. Estamos parados", disse.
O ex-técnico afirmou que o país vive em um momento de autoritarismo. Além de ser posicionar contra o Impeachment da ex-presidenta Dilma Rousseff, Luxa afirmou que a intervenção federal não ajudará a resolver os problemas do Rio de Janeiro.
"Ela é militar (risos), só mudaram o nome. Daqui a pouco, o Exército vai tomar conta do país de novo. Será que isso não é uma cortina de fumaça? Sou totalmente contra", opinou.
Aos 65 anos, Luxa não acredita estar em fim de carreira. Apesar dos novos treinadores estarem em alta no momento, ele relembrou comandantes que se mantiveram em bom nível, mesmo com a idade mais avançada.
"O experiente não está acabado. Experiência é sabedoria. Os jovens têm que conquistar espaço. A minha briga era com Telê Santana, com Zagallo, Parreira, Rubens Minelli, Ênio Andrade, e eu ocupei o meu espaço", concluiu.