Alfredo Sampaio, técnico da Cabofriense, quer chegar à semi da Taça GB - Divulgação/Cabofriense
Alfredo Sampaio, técnico da Cabofriense, quer chegar à semi da Taça GBDivulgação/Cabofriense
Por HUGO PERRUSO

Quando se fala em Campeonato Carioca, Alfredo Sampaio é figurinha carimbada. Não é à toa. No comando da Cabofriense em 2020, o treinador de 61 anos participará de seu 22º Estadual, num total de 14 clubes, quase todos pequenos. Desde sua primeira participação, em 1993 pelo São Cristóvão, ele só ficou fora da elite do Rio seis vezes (1996, 1997, 2001, 2002, 2005 e 2017).

Essa marca se deve à opção de Alfredo em trabalhar apenas no Rio de Janeiro. Apesar de garantir ter recebido propostas de fora do Estado - e recusado -, optou por ficar próximo dos filhos e dos negócios. Mas também a passagem conturbada no comando do Vasco, em 2008, contribuiu para a decisão.

"Depois da minha passagem pelo Vasco eu resolvi que não queria mais trabalhar fora. Nos clubes menores é mais caseiro, mais honesto, mais tranquilo. Foi uma opção para não me desgastar", afirma.

Antes do Cruzmaltino, Alfredo havia trabalhado no Avaí, único clube fora do Rio na carreira. Vivia seu grande momento, justamente pela campanha histórica no Carioca de 2006 pelo Madureira, quando conquistou a Taça Rio e fez a final do Estadual contra o Botafogo. Foi chamado para ser auxiliar do técnico - e jogador - Romário. Acabou assumindo o comando do time em fevereiro e pediu demissão no fim de março, após muitos problemas com o grupo, em especial com Edmundo, e sem grandes resultados.

"Foi muito bom trabalhar com (o ex-presidente) Eurico Miranda, mas a estrutura interna não era boa, a relação com as pessoas era falsa. Chegar a um grande clube é alcançar um objetivo, mas lá foi um divisor de águas. Cheguei a pensar em parar. Eu me arrependo de ter aceitado a proposta", recorda.

Até por isso, Alfredo considera o Carioca de 2008 o seu pior momento em 22 participações. Em compensação, guarda com carinho o Madureira de 2006. "Ganhamos a Taça Rio e fizemos a final do Estadual jogando bem. Teve também 2011, com o Boavista decidindo a Taça Guanabara contra o Flamengo. Foram os anos mais marcantes, assim como a boa campanha com o Bangu em 98 (quarto lugar geral)", diz.

Campeão da Taça Rio e finalista do Carioca de 2006 com o Madureira, Alfredo também tem passagens por Bangu, América, Boavista, Portuguesa, Bonsucesso, Americano, Volta Redonda, Resende, São Cristóvão, Itaperuna, Barreira, além da Cabofriense. Mesmo sem o orçamento dos grandes, conseguiu algumas boas campanhas e espera repetir em 2020.

"Os clubes pequenos são muito legais, nunca deixei de receber, sempre houve boa relação. É sempre um desafio, principalmente pela diferença financeira. E vai ser cada vez pior. Mas como estamos na chuva para nos molhar, buscamos igualar. Esse desafio me encanta. Você trabalha na contramão e tenta descobrir uma forma de dar certo. Depois de tantos anos a gente cria uma casca, entende melhor os problemas", analisa Alfredo, estipulando as metas da Cabofriense.

"A primeira é chegar à semifinal da Taça Guanabara, que é o momento menos difícil pois os grandes ainda estão se ajustando. E, naturalmente, acabar o campeonato entre os seis primeiros".

 

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