Suspensa por dois anos pela Federação Internacional de Judô (FIJ) por ter sido pega no exame antidoping realizado em agosto do ano passado, durante o Pan-Americano de Lima, a campeã olímpica Rafaela Silva aposta numa nova defesa. Com a contratação do advogado Marcelo Franklin, para entrar com recurso na Corte Arbitral do Esporte (CAS), ela espera conseguir disputar os Jogos de Tóquio, daqui a menos de seis meses.
Referência em antidoping no Brasil, Marcelo Franklin já defendeu atletas como Cesar Cielo, Caio Bonfim, Etiene Medeiros, Ana Cláudia Lemos e Pedro Barros, sendo todos inocentados. A Corte Arbitral do Esporte é a última instância do direito desportivo mundial. Através de um comunicado, Rafaela explicou que, por orientação do advogado, não vai se pronunciar nem fornecer detalhes do caso até a decisão final do CAS.
Em nota, o Comitê Olímpico do Brasil (COB) afirmou que acompanha o caso e ressaltou que a atleta sempre testou negativo para os exames. A Confederação Brasileira de Judô (CBJ) também emitiu uma nota oficial dizendo que está acompanhando "os desdobramentos do processo legal referente ao caso de doping envolvendo a judoca da seleção brasileira Rafaela Silva com a confiança de que a justiça prevalecerá."
EXAME NO PAN DE LIMA
Rafaela foi pega no exame antidoping durante os Jogos Pan-Americanos de Lima, no Peru, em agosto de 2019, e perdeu a medalha de ouro conquistada na competição na categoria leve (-57kg). O exame acusou a presença de fenoterol, que tem efeito broncodilatador e é usado em tratamento de doenças respiratórias, como a asma. A substância pode aumentar a performance por permitir melhor troca gasosa entre o sangue e o pulmão.
A defesa inicial da judoca, feita pelo advogado Bichara Neto, alegou contaminação. Rafaela Silva justificou que teve contato com um bebê que consumia uma medicação contra asma que apresenta a substância proibida.
A nadadora Etiene Medeiros, flagrada também com fenoterol, foi defendida pelo atual advogado de Rafaela, Marcelo Franklin, e inocentada.