Jô retorna nos próximos dias ao Japão para se apresentar ao Nagoya Grampus - Divulgação/Nagoya Grampus
Jô retorna nos próximos dias ao Japão para se apresentar ao Nagoya GrampusDivulgação/Nagoya Grampus
Por Venê Casagrande
O atacante Jô está indo para o seu terceiro ano consecutivo no futebol japonês. Jogador do Nagoya Grampus, o jogador, que tem um carinho muito grande pelo Corinthians, onde conquistou o Brasileirão 2017, passou um período de treinamento no Flamengo para fazer um tratamento no joelho esquerdo.

No próximo domingo, Jô embarca ao Japão para se apresentar ao Nagoya Grampus e iniciar a disputa da temporada 2020, a última no clube, como o próprio revelou em entrevista exclusiva ao jornal O Dia.

"A gente já tentou renovação de contrato, mas acabou não tendo sucesso na negociação e optei por cumprir o meu contrato (termina em dezembro deste ano) e depois resolver o que farei na minha carreira, analisar as possibilidades e planejar a carreira."

Sem ter conquistado um título desde que chegou ao Nagoya Grampus, Jô traçou metas e objetivos em 2020. Em 2018, ele marcou 24 gols em 37 jogos. Já em 2019, o sucesso não foi o mesmo: fez apenas oito tentos em 37 jogos. Além de melhorar a marca, o atacante de 32 anos quer título neste ano.

"O meu objetivo maior sempre vai ser o título. Eu já estou há dois anos lá e não conseguimos brigar por título. Esse vai ser o meu objetivo. Quero sair do Nagoya com esse título, que é difícil, mas não é impossível. Essa é a minha meta para 2020."
VEJA ABAIXO OUTROS TRECHOS DA ENTREVISTA COM O ATACANTE JÔ:


Você recebeu proposta nesta janela de transferência?

"Não. Nessa última janela não chegou proposta oficial, somente algumas sondagens. Mas diretamente comigo não houve proposta. Até porque deixei claro que pretendia cumprir o meu contrato com o Nagoya. Esse é o último ano e depois vamos ver o que fazer."
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Como está sendo esse período de treinamento usando as estruturas do Flamengo?
"Graças a Deus o Flamengo pôde abrir a porta para eu fazer o meu tratamento. Muita gente até pergunta o porquê de eu ter escolhido o Flamengo e não o Corinthians, o último clube que eu joguei no Brasil. É por causa da minha família. A minha família é daqui, a minha esposa é daqui do Rio, meus filhos estão aqui, então, eu optei ficar perto deles. Tenho amigos no departamento médico do Flamengo. Conversei, eles abriram a porta para mim e estou há quase 20 dias fazendo esse reforço muscular, pelo problema que tenho de cartilagem, que requer sempre um reforço. O Flamengo me deu toda essa estrutura. Agradeci demais. Estou voltando no domingo. Estou feliz e agradecido demais pela ajuda que me deram. Deu tudo certo.

Como avalia o Centro de Treinamento do time carioca?
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"A estrutura do Flamengo é muito boa, tem o mesmo padrão de outros clubes grandes, como Corinthians e Atlético-MG, onde já joguei. Os profissionais e os aparelhos são excelentes. É realmente uma estrutura nível Europa."
Você tem amigos no atual time do Flamengo. Chegou a esbarrar com algum no dia a dia?

"A gente fazia sempre em horário diferente, até para não atrapalhar o trabalho deles. Mas em alguns momentos acabava se esbarrando. Eu já joguei com alguns do atual elenco. Um que eu tenho muita amizade e somos quase um irmão é o Rafinha. A gente se encontrou, batemos um papo e foi bacana. Filipe Luís, Diego Alves e o Everton Ribeiro são outros jogadores que já joguei junto e tenho amizade até hoje".


Alguém fez lobby para você se transferir para o Flamengo?

"(Risos). Essas brincadeiras, às vezes, viram verdade (risos). Temos um respeito muito grande pelos profissionais. Não houve brincadeira e nenhum tipo de sondagem nesse sentido. Eles me trataram muito bem."
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Por que não divulgou foto usando as estruturas do Flamengo?
"Foi um combinado entre Flamengo e Nagoya. Foi por isso."
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A estrutura do Flamengo é parecida com as dos clubes japoneses?
"No meu clube, a estrutura é muito boa. O que falta no Japão são profissionais capacitados. Há bons funcionários lá, mas a escola brasileira está muito na frente. Aqui é diferenciado nesse aspecto. Mas o clube lá é muito bem estruturado. Só falta, realmente, profissionais mais capacitados."

O que mais dificultou a sua adaptação ao futebol japonês?

"O meu foi mais a questão de futebol. Eu saí do futebol brasileiro, com nível muito alto, e chega lá e o nível cai um pouco. Por ser futebol asiático. Mas foi o que mais tive dificuldade. O resto é o de sempre. Em relação à comida e clima, mas a questão de futebol eu acabei tendo dificuldade. Temos dois brasileiros que são os nossos tradutores. Os dois vivem lá há anos e nos ajudam nesse ponto da comunicação. É um país e uma cidade muito boa."

Para fechar... Você vai dar prioridade para algum clube brasileiro quando acabar o contrato com o Nagoya?
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"Essa é uma pegadinha (risos). Eu saí do Brasil sempre falando que o Corinthians seria a minha prioridade, mas a gente sempre fala que dentro do futebol tudo pode acontecer. Eu sou profissional. Se for a vontade de Deus, eu retorno, mas estarei disposto a ouvir os clubes interessados.