Tenista Luisa Stefani (atrás) faz bom 2020 com a parceira, a americana  Hayley Carter - Divulgação
Tenista Luisa Stefani (atrás) faz bom 2020 com a parceira, a americana Hayley CarterDivulgação
Por HUGO PERRUSO
Luisa Stefani tornou-se a primeira tenista brasileira nos últimos 31 anos a alcançar o top 40, e não para. Logo depois da marca, chegou às quartas de final do US Open, o que uma compatriota não conseguia desde 1982. E, agora, a paulistana de 23 anos, em seu melhor momento na carreira fazendo dupla com a americana Hayley Carter, tem a chance de ir ainda mais longe: quer vencer Roland Garros — estreia nesta semana — e chegar ao top 30, além de se classificar para a Olimpíada de Tóquio.
"Foi o meu primeiro Grand Slam. Joguei ano passado de última hora e desta vez, entrando direto pelos meus resultados, sinto que eu mereci. Investi bastante na dupla e no meu tênis. Treinei duro e encontrei minha parceira. Perder na primeira rodada em 2019 e entrar de última hora me deu gostinho de quero mais. Foi uma grande motivação e estou muito animada", comemora a tenista, em 33º lugar no ranking.
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Luisa não era nascida quando Niege Dias tornou-se a última brasileira a alcançar o top 40 no ranking de tênis, em 1989, e muito menos quando Patricia Medrado e Claudia Monteiro estiveram nas quartas de Wimbledon. Desde então, o Brasil só se destacou com Gustavo Kuerten, o Guga, Marcelo Melo e Bruno Soares.
"Fico feliz de conquistar uma nova marca para o tênis brasileiro feminino. O sentimento é muito bom. Minhas metas eram chegar ao top 100, depois ao 50 e me aproximar do 30. Passo a passo tenho melhorado. O mais importante é sentir que posso ir muito mais longe. É bom levar o tênis feminino para as notícias. Espero que muitas marcas sejam batidas. Esperança e trabalho não vão faltar", avisa a brasileira que mora e treina na Flórida, nos Estados Unidos.
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Com Hayley Carter, Luisa conquistou três títulos, dois em 2020 (WTA de Lexington e 125 de Newport Beach), e chegou a cinco finais. A última foi no sábado, sendo vice no WTA de Estrasburgo. A boa fase poderia ter sido atrapalhada pela paralisação do circuito por cinco meses, por conta da pandemia da covid-19, mas o retorno da dupla vem sendo ainda melhor.
"Por um lado atrapalhou o ritmo e o bom começo que tivemos, mas ao mesmo tempo abriu os olhos para outras coisas. Foi a primeira vez que tivemos tempo para treinar, ajustar e descansar o corpo. Também ajudou a voltar ao circuito sem tanta pressão por causa da mudança no ranking(houve flexibilização na defesa de pontos)", analisa.
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Luisa é a mais nova cara de um tênis brasileiro que vem se destacando mais nas duplas (com Marcelo Melo e Bruno Soares) do que na simples, após a febre Guga. Algo que não a surpreende. "Pode ser cultural, estilo de jogo, do brasileiro saber jogar dupla e trabalhar em equipe, e gostar desse tipo de jogo... Não tem segredo", afirma a tenista.