Carol Solberg - Reprodução
Carol SolbergReprodução
Por O Dia
Rio - Nesta sexta-feira foi oficialmente indeferido o pedido de duas entidades externas no caso de Carol Solberg, jogadora de vôlei de praia. A atleta irá a julgamento por ter gritado "Fora, Bolsonaro" durante transmissão ao vivo, momentos após conquistar a medalha de bronze na primeira etapa do Circuito Brasileiro. O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) do Vôlei ainda irá anuncia uma nova data para o julgamento. A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) e o Movimento Nacional de Direitos Humanos (MNDH) não terão direito de participação no processo.
De acordo com  o relator do processo, Robson Vieira, o pedido de intervenção das entidades externas foi negado por não ter previsão no Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD).

"As entidades requerentes não detêm legitimidade ou capacidade postulatória perante a Justiça Desportiva posto seus objetos sociais, apesar de elevado cunho democrático e social, não encontram qualquer vínculo com o caso em análise ou mesmo com a seara desportiva", completou Robson.
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O MNDH e a ABI são represntados pelo mesmo advogado, Carlos Nicodemos, no STJD do Vôlei, que afirmou que as duas entidades vão recorrer à decisão.

"Esta decisão coloca em xeque, um outro direito. Agora, além da imperativa necessidade de proteção do direito à liberdade de expressão, temos que garantir o direito ao acesso à Justiça. Inicialmente vamos recorrer ao Plenário do STJD esperando uma reconsideração", afirmou.

O presidente da ABI, Paulo Jeronimo, comentou sobre a decisão e salientou a ideia de "ataque à liberdade de expressão". Paulo ainda lembrou o caso Wallace e Mauricio Souza, quando os atletas da seleção de quadra também se manifestaram publicamente sobre política e não foram levados a julgamento pelo STJD do Vôlei.

"Uso de dois pesos e duas medidas diante de declarações políticas de atletas", reforçou o presidente.

Em 2017, Wallace e Mauricio postaram nas redes sociais foto registrada após partida do Mundial vestindo o uniforme da seleção em que formavam com gesto "17", número do então candidato à presidência da república Jair Bolsonaro.