Campeão da Libertadores pelo Galo em 2013, Cuca avaliou que encontra o clube mais organizado e com mais opções
Campeão da Libertadores pelo Galo em 2013, Cuca avaliou que encontra o clube mais organizado e com mais opçõesBRUNO CANTINI/Atlético-MG
Por O Dia
Belo Horizonte - Anunciado como o substituto de Jorge Sampaoli há dez dias, Cuca não desperdiçou o tempo na chegada à Cidade do Galo. De volta oito anos depois de comandar o Atlético-MG ao título da Libertadores, o treinador comandou o primeiro treino na manhã desta terça-feira antes da apresentação oficial, no fim da tarde, na Arena MRV, futuro estádio do Galo, com previsão de inauguração em 2022.

Com contrato de dois anos assinado, Cuca já teve o nome publicado no Boletim Informativo Diário (Bid) da CBF e assume a equipe contra o Coimbra, sexta-feira, pelo Campeonato Mineiro. O estado de saúde da mãe do técnico, dona Nilde, internada em tratamento contra o novo coronavírus, adiou a chegada de Cuca.

"Não foi uma decisão fácil, por este momento de saúde da minha mãe. Então, foi uma situação muito difícil para eu poder vir. Muitas coisas passam na cabeça da gente, mas eu refleti muito com minha família, e a gente entendeu que vou estar junto com eles na fé, no espírito, dando meu máximo aqui no trabalho", destacou.
Devido ao pesado investimento em 2020, calculado em R$ 170 milhões, que não refletiu em títulos, Cuca chega ciente de sua responsabilidade. O trabalho à frente do Santos, com muitas promessas e poucos medalhões, evidenciou o trabalho do treinador, levando o Peixe à final da Libertadores. Após passar em branco em 2020, o Galo continua sonhando alto. A ousadia no mercado para contratar o atacante Hulk e o apoiador Nacho Fernández indicam a confiança da diretoria de fazer frente a Flamengo e Palmeiras em 2021. 

"Era uma grande vontade que eu tinha de voltar ao Atlético. Depois de sete para oito anos eu consigo voltar. Lógico que sei do tamanho da responsabilidade que tenho aqui, assim como eu sabia da outra vez, quando cheguei em 2011 e fizemos uma recuperação. O 2012 foi muito bom, e fizemos um brilhante 2013. Então, eu tenho muita confiança", que comparou a realidade do elenco de 2012/13 com o atual.

"Hoje, as condições são até melhores que eram naqueles anos. Formar um ambiente favorável é o que eu busco e, em primeiro lugar, mostrar a cada jogador pelo que ele luta, com quem ele luta por situações no time. Mostrar a eles a importância que se tem de vestir a camisa do Galo e de buscar conquistas no Atlético, e a gente tem essa ambição", disse Cuca.
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Com fome de conquistas, o treinador não priorizou competição alguma. Campeão brasileiro pela última vez em 1971, o título da Série A, no entanto, é um grande sonho da diretoria e dos investidores do clube. "Não sei qual competição a gente vai buscar, qual a gente vai ser campeão, mas eu sei dizer que tenho vontade de disputar todas elas com a máxima vontade possível, para poder sair campeão. A gente tem um elenco fortíssimo, e vamos procurar tirar o máximo de cada um em busca disso", avaliou.

Na coletiva virtual, a polêmica condenação de estupro de Cuca e outros três jogadores do Grêmio em 1987, numa excursão do clube em Berna, na Suíça, foi abordada. O episódio, que envolveu uma menina de apenas 13 anos, motivou uma campanha nas redes sociais por parte da torcida que usou a hashtag #CucaNão. Cuca, que já havia se pronunciado e se dizer inocente, disse que o caso está 'superado'.

"Eu acho que o assunto tem que ser debatido sempre, em todos os sentidos, não só no futebol. Eu postei minha família na frente da câmera e dei meu depoimento, falei o que eu tinha que falar. Sou uma pessoa do bem. Não preciso ficar falando isso aqui. Treinei aqui em Minas durante quase quatro anos, entre Cruzeiro e Atlético. Aqui fiz muitas amizades e acho que nenhuma inimizade. (...) Acho que o que eu tinha para falar sobre esse tema, eu já falei, junto com toda a minha família. É uma coisa que ocorreu há 34 anos e, para mim, é um episódio já superado. Vida que segue", disse.