O Jornal O Dia teve acesso ao vídeo da reunião, que aconteceu no dia 10 de março, e captou o momento em que Rogério Caboclo comunica aos presidentes das agremiações a possibilidade de mudança no regulamento de transferências de atletas. Na declaração, o mandatário da CBF diz que "está em guerra" com a FIFA para não permitir essa mudança. (veja o vídeo abaixo).
"Eu vou dar uma informação privilegiada. A Fifa pretende autorizar que a partir de 16 anos de idade, os seus atletas, de cada um, possa firmar contrato com clubes europeus. Isso está em via de acontecer. Eu estou em guerra com o presidente da Fifa. Eu posso afirmar isso. Porque é um fato. A partir dos 16, eles (atletas) vão embora".
No Regulamento de Status de Transferência da FIFA, a lei diz o seguinte: “Menores de 18 anos não podem jogar fora do seu país de origem. Mas inclui algumas exceções, como os pais mudarem de país por motivos alheios ao futebol; na comunidade europeia, atletas entre 16 e 18 podem ser liberados dentro de alguns requisitos relacionado à educação e ao bem-estar social; e se o jovem morar a 50 km da fronteira e entre o clube e o jogador existirem 100 km de distância”.
A reportagem entrou em contato com dois advogados especialistas em direito esportivo para entender melhor a regra estabelecida pela FIFA. Segundo Renan Coelho, do Coelho e Costa Advogados Associados, "para as operações internacionais, o atleta pode até ser vendido com menos de 18 anos, mas só poderá sair do clube a partir dos 18 anos. Atualmente é nesse formato. Vale ressaltar que o atleta só é vendido quando tem contrato profissional. No Brasil, o atleta pode assinar contrato profissional com 16 anos."
Ainda de acordo com Renan, algumas sugestões e orientações já foram dadas para a FIFA para que haja mudança, mas atualmente é desse formato.
Marcos Motta, do escritório Bichara e Motta Advogados, deu a mesma explanação sobre o assunto: "A regra é simples. Jogadores menos de 18 anos não podem ser transferidos internacionalmente, de acordo com a FIFA. Existe boato de que a FIFA estaria trabalhando nisso, eu não tenho essa informação, mas se o presidente da CBF comentou em uma reunião, eu não vou desmentir."
A reportagem enviou e-mail para a FIFA para tentar ouvir a entidade sobre o assunto, mas até o momento não obteve retorno. A assessoria da CBF também foi procurada, porém, até a publicação da matéria, a resposta não foi enviada.
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