Prestigiado jornal do Japão pede o cancelamento dos Jogos Olímpicos de Tóquio
Jogos estão previstos para julho deste ano
Rio - Parceiro oficial dos Jogos Olímpicos de Tóquio-2020, adiados em um ano por causa da pandemia do novo coronavírus, o jornal japonês Asahi Shimbun pediu o cancelamento da Olimpíada em um editorial publicado nesta quarta-feira. O periódico, um dos mais prestigiados do país, citou riscos à segurança pública e ao sistema de saúde devido ao surto global da covid-19, que já deixou 12.394 mortos no Japão.
Pesquisas de opinião recentes mostraram que a maioria dos japoneses se opõe à realização dos Jogos Olímpicos este ano, dado que o evento esportivo levaria milhares de estrangeiros a um país onde pouco mais de 5% da população está vacinada. A lista de organizações e pessoas que protestaram contra Tóquio-2020 inclui associações de médicos, investidores e empresários independentes como Masayoshi Son, CEO do SoftBank.
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Por se tratar de um dos principais jornais do Japão, o editorial do Asahi Shimbun deve aumentar as discussões sobre a viabilidade dos Jogos Olímpicos. A publicação foi amplamente compartilhada nas redes sociais, recebendo interação de mais de 30 mil tuítes até o final da manhã de quarta-feira (noite de terça no Brasil)
"Pedimos ao primeiro ministro Yoshihide Suga que avalie a situação com calma e objetividade e decida sobre o cancelamento do evento neste verão. Estamos longe de uma situação em que todos possam ter certeza de que estarão 'seguros e protegidos'", disse o jornal, fazendo referência ao lema do governo sobre os Jogos Olímpicos. "Infelizmente, essa não é a realidade".
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Grande parte do Japão, incluindo a cidade-sede Tóquio, permanece sob estado de emergência até o final deste mês. Embora tenha sido poupado da devastação em níveis vistos em outras nações, o país ainda convive com altos níveis de contaminação pela covid-19 e tem lutado para controlar uma quarta onda de infecções.
Os Estados Unidos emitiram na última segunda-feira um alerta desaconselhando viagens ao Japão, mas autoridades japonesas disseram que isso não afetaria os Jogos Olímpicos. Na terça, a Casa Branca disse que mantém o apoio à realização do evento conforme planejado.