Preocupado com o avanço da pandemia do novo coronavírus na América Latina, Lionel Scaloni considera o Brasil tão arriscado quanto a Argentina para sediar a Copa AméricaAFA/Divulgação

Por O Dia
Santiago del Estero - Lionel Scaloni deixou a rivalidade entre Argentina e Brasil de lado para abordar um tema mais sério e com prioridades acima das desportivas em meio à pandemia do novo coronavírus, ainda sem controle na América do Sul. Nesta quarta-feira, o técnico da seleção argentina, na última coletiva antes do compromisso contra o Chile, quinta-feira, Santiago del Estero, pelas Eliminatórias, afirmou que o Brasil não é o local ideal para a disputa da Copa América.

Argentina e Colômbia abriram mão de sediar a competição. Além do risco de aumento de casos da doença nos dois país, o vizinho colombiano ainda enfrenta uma crise social, marcada por manifestações violentas. Apesar da lentidão na campanha de vacinação e registro de mais de 465 mil mortes causadas pela covid-19, o governo brasileiro deu o aval à Conmebol para a disputa da competição no país. Scaloni, que não esconde a preocupação, no entanto, garante que não haverá boicote da Argentina.

"Há pouco tempo vinham falando dos problemas e dos esforços que estavam fazendo como país para que se pudesse jogar (a Copa América) na Argentina. Decidiu-se não fazer a competição por uma questão sanitária, mas agora iremos ao Brasil... Que seguramente está igual ou pior do que a Argentina", salientou.
O governo federal confirmou Brasília, Goiás, Mato Grosso, Rio de Janeiro como sedes. O governador de São Paulo, João Doria, revelou que vetou os jogos da competição no estado. A decisão do presidente Jair Bolsonaro, com a anuência dos principais ministros de sua base, foi alvo de críticas devido ao risco de uma terceira onda da covid-19 no país.

"É uma decisão muito difícil de assimilar, mas, se tivermos que ir, vamos viajar e vamos jogar... Há muitas incógnitas, é uma situação alarmante e preocupante, porque (o Brasil) não é o lugar ideal no momento", completou Scaloni.