Rodolfo Landim, Marcos Braz e Bruno SpindelGilvan de Souza / Agencia O Dia

Rio - O Flamengo recebeu a punição de R$ 50 mil por conta de cânticos homofóbicos na partida contra o Grêmio, válida pelas quartas de final da Copa do Brasil. No entanto, Nestor Hein, diretor jurídico do Grêmio, se revoltou com a decisão do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Em entrevista à 'Gaúcha ZH', o dirigente relembrou um caso envolvendo o Tricolor em 2014 para criticar a punição recebida pelo Flamengo.
"A homofobia hoje está equiparada ao crime de racismo por decisão do STF. Em 2014, o Grêmio identificou todas as pessoas que cometeram atos racistas e, mesmo assim, o STJD excluiu o clube da Copa do Brasil. O Flamengo não identificou nenhuma pessoa que cometeu crime de homofobia. O advogado do clube admitiu que o fato ocorreu e se disse enojado pelo que viu nas imagens. Os auditores também disseram que o fato ocorreu e, mesmo assim, resolveram colocar apenas uma multa de R$ 50 mil. Um deles chegou a dizer que, se condenasse o Flamengo, o clube ficaria com a pecha de ser um clube homofóbico. Por que o Flamengo não pode ficar com a pecha de ser um clube homofóbico? E por que o Grêmio pode ficar com a pecha de ser um clube racista?", afirmou Hein.
Em 2014, o Grêmio foi eliminado da competição, após ofensas racistas ao goleiro do Santos, Aranha. No entanto, o ocorrido aconteceu no primeiro jogo e o julgamento aconteceu logo em seguida. Em 2021, o Flamengo foi julgado por um fato na segunda partida contra o Tricolor Gaúcho, que acabou eliminado do torneio. O Rubro-Negro só foi punido após a sua própria eliminação da competição. Com isso, não havia a possibilidade de alguma punição prática esportiva do clube carioca.