Chegada dos torcedores do Peñarol na Cidade da Polícia, no dia 23 de outubroRenan Areias/Agência O Dia
Torcedor menor de idade do Peñarol vai cumprir pena no Uruguai
Tribunal de Justiça do Rio acata pedido da defesa
Rio - O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) julgou nesta última terça-feira (12) o pedido da defesa do torcedor menor de idade do Peñarol, do Uruguai, que estava preso na unidade do Degase (Departamento Geral de Ações Socioeducativas), na Ilha do Governador, desde o último dia 23 de outubro, por causa da confusão no Recreio, no Rio de Janeiro. O jovem cumprirá medidas socioeducativas no Uruguai.
O jovem foi um dos 21 torcedores presos por causa da confusão na véspera da partida contra o Botafogo, pela semifinal da Libertadores. No último dia 5, dez foram soltos e tiveram suas prisões preventivas convertidas para medidas cautelares. Eles estão proibidos de deixar o Brasil até o julgamento e terão que se apresentar ao Juizado do Torcedor a cada dois meses para comprovar residência e atividades.
Já outros dez torcedores seguem presos no Complexo de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Na semana passada, o ex-presidente do Peñarol fez uma visita aos compatriotas e passou orientações. Jorge Barrera é advogado e segue em busca da liberdade dos detidos. Porém, a Justiça do Rio segue irredutível e vai definir as situações somente após o julgamento.
Horas antes do jogo de ida da semifinal da Libertadores, contra o Botafogo, no dia 23, torcedores do Peñarol se envolveram em confusão na orla da praia do Pontal, no Recreio dos Bandeirantes, na zona oeste do Rio de Janeiro. Os vândalos assaltaram pedestres e comerciantes, além de quebrarem mesas e cadeiras de quiosques e incendiarem motos.
Momentos antes do início do tumulto, os agentes do Batalhão Especializado em Policiamento de Estádios (BEPE) que estavam na região foram chamados para atender a um caso de furto de celular dentro de um estabelecimento comercial. Após buscas, o aparelho foi localizado com um torcedor e a ocorrência encaminhada à delegacia.
Bombas de efeito moral foram lançadas pelos policiais para tentar contornar o conflito que começou pouco antes de 12h (de Brasília). Depois de quase uma hora e meia, o Batalhão de Choque chegou ao local junto de outras equipes do comando de policiamento especializado. A demora, inclusive, foi uma das reclamações de cidadãos presentes no entorno.
A partir de então, torcedores começaram a ser rendidos. Um deles passou muito mal e foi levado do sol para a sombra antes de ser atendido pelos bombeiros. Ao todo, mais de 250 pessoas foram detidas e uma pistola foi apreendida. Entre os detidos, 21 foram presos, incluindo dois que possuem proibições em estádios por conta de delitos em jogos no Uruguai, conforme alertado pela Interpol.
Em audiência de custódia, 10 dos 21 torcedores presos tiveram a prisão preventiva convertida para medidas cautelares. Os torcedores foram autuados por diversos crimes, como porte de arma, racismo, roubo, associação criminosa, incêndio, dano qualificado e resistência à prisão. Além disso, também responderão por artigos do Estatuto do Torcedor.
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