Rodrigo Muniz abre o jogo sobre a ida para o FulhamDivulgação Fulham
"De todos os clubes que me procuraram eu escolhi aquele que eu acho que pode mais me ajudar nesse momento da carreira. Aqui tem o Marco Silva (treinador) e a sua comissão que têm me ajudado bastante. O primeiro time que me procurou e fez oferta foi o Genk (da Bélgica) e eu estava ansioso para ir. Eu queria jogar e no Flamengo eu não ia jogar muito. Depois foi o Atlético de Madrid. Lembro que Filipe Luís (lateral esquerdo) chegou a conversar comigo. O Al Nasr também surgiu e, de fato, um funcionário conversou comigo para me falar as vantagens de atuar no Mundo Árabe. Quando surgiu o Fulham, e o Marco Silva me ligou nesse momento, após ouvir tudo que ele disse, eu decidi o Fulham."
Hoje você tem essa certeza que foi a melhor escolha?
"Sim. Posso dizer que sim. O projeto que o Fulham tem para mim é sensacional. Dá para ver no tratamento da diretoria comigo no dia a dia. É algo muito grande."
Como é a sua relação com Marco Silva?
"Ele me chamou para conversar pessoalmente. Me explicou que atualmente ele vai me colocar aos poucos para ganhar experiência e ritmo de jogo. Eu percebo que ele tem uma atenção especial comigo. Isso é importante."
E como está a sua adaptação ao futebol inglês?
"Aqui eu moro com a minha esposa. O mais difícil para mim tem sido a língua, o inglês. Eu estou fazendo aulas particulares para aprender o mais rápido possível. O grupo do Fulham me acolheu muito bem. Na primeira semana, eu me machuquei aqui. Aí, na quarta-feira, eu seria titular, e não queria dar brecha. Eu acabei jogando. Aí, na hora dos pênaltis, eu errei e o time foi desclassificado. Eu chorei demais. Mas o time inteiro me abraçou. Me abraçou mesmo. Sem exagero. O capitão me mandou mensagem. O que achei especial."
Você já consegue perceber se há muita diferença entre o futebol brasileiro e o inglês?
"Muita diferença. Muita mesmo. Quando eu cheguei aqui, eu mandei mensagem para o Filipe Luís logo na primeira semana para falar da diferença. Aqui é muito intenso. No Brasil é muita qualidade e aqui mais intenso. No jogo, aqui você não fica parado em nenhum momento. É muito diferente."
Não acha que o calendário pode ser crucial para essa diferença?
"Aqui são muitos jogos também. Aqui ajuda porque viajamos de trem. Isso ajuda e faz a diferença. No Brasil não é assim, né."
Você sente que já evolui taticamente e fisicamente na Inglaterra?
"Sim, bastante. Eu já me entregava muito em campo nos tempos de Flamengo. Aqui é ou faz ou faz. Não dá para dar brecha. E taticamente também. Nosso time é um dos únicos que tentam jogar e sair jogando, ficar com a bola. A maioria vai na base do chutão."
O que aprendeu no Flamengo com Gabigol e Pedro e que consegue colocar em prática no Fulham?
"Gabigol sempre conversou comigo e sempre falou para eu "fazer o facão" nas jogadas é o que ele faz de melhor. Quando eu ia para os jogos eu ficava olhando os caras e eu pensava: 'esses caras jogam muito'. O Pedro tem presença e controle de bola absurdo. Eu olhava e tentava aprender de qualquer jeito."
Você acha que o Flamengo poderia ter te utilizado mais?
"Eu não falo que faltou. Eu tinha muita vontade de jogar, mas não ficava preocupado porque eu era novo e aprendia muito com eles (Gabigol e Pedro). Eu pensava que estava esperando, mas aprendendo ao mesmo tempo. Vou sugar o máximo que posso e, quando chegar a minha vez, eu vou aproveitar. E todas as oportunidades que eu tive, eu aproveitei."
Acredita que a partida contra o Bragantino, que você fez dois gols, sendo um de bicleta, tenha sido a melhor da sua carreira até agora?
"Acho que sim. Eu falei com os meus amigos. Quando você está confiante é diferente. Tudo dá certo. Você não fica com receio, tenta e consegue. É assim que funciona e funcionou nesse dia."
Você faz trabalhos físicos fora do clube na Inglaterra?
"No Flamengo, eu conversei com Diego Ribas sobre o assunto e ele disse que era importante. Eu comecei e percebi que de fato é importante. No clube você faz um trabalho, mas com o 'personal' faz um trabalho para evoluir mais ainda. Quando eu vim para cá, eu continuei fazendo."
Dá para ver que você está muito feliz nessa nova etapa da sua vida...
"Muito feliz. Isso aqui é a realização de um sonho. Sem exagero."
Quem você quer enfrentar no futebol inglês que ainda não teve oportunidade?
"Ano que vem, se Deus quiser, na Premier League, o Manchester United."
O Cristano Ronaldo?
"Então, o Manchester United. Se ele tiver lá, ok (risos). Mas quero o Manchester. Quando eu era pequeno, o time que eu falava que eu jogava no vídeo game era o Manchester United. É um time da Europa que eu torço, gosto bastante e tenho vontade de jogar lá."
O que você deseja para o seu futuro?
"Eu penso em subir com o Fulham para a Premier League e depois pensar em voos mais altos. Mas nesse momento o pensamento é no Fulham."
Seleção brasileira não?
"Todo jogador pensa. Eu sei que é difícil, mas continuarei trabalhando."
Ainda tem contato com jogadores do Flamengo?
"Tenho com alguns. Teve um jogo que eu estava assistindo, e o Matheuzinho (lateral direito) fez um cruzamento. Eu mandei mensagem na hora e disse que eu tinha que estar na área. Essa amizade faz bem demais. É bacana. Isso é uma das coisas boas do futebol."
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