Carlos Queiroz, técnico do IrãAFP

Rio - Um clima de tensão tomou conta da entrevista do técnico Carlos Queiroz, do Irã, nesta quarta-feira. Ao ser questionado sobre os direitos das mulheres no país que comanda, o treinador português abandonou a coletiva e chegou a indagar o repórter perguntando quanto receberia para responder à pergunta.
"Para qual canal você trabalha? Quanto vai me pagar para responder a essa pergunta? Vocês são uma empresa privada, quanto vão me pagar? Fale com o seu chefe e no final da Copa posso te dar uma resposta se me fizer uma boa oferta. Para responder a essa pergunta, não coloque palavras que eu não disse na minha boca, eu estou perguntando à sua companhia quanto vão me pagar para responder", retrucou Queiroz antes de se levantar.
"Acho que devia pensar também sobre o que acontece com os imigrantes na Inglaterra, como são tratados", completou o treinador, já fora dos microfones.
Antes, Carlos Queiroz já havia sido questionado sobre a chance de atletas do Irã se manifestarem a favor das mulheres durante a Copa.
"O Irã é exatamente como o seu país. Segue o espírito do jogo e as regras da Fifa. É assim que você se expressa no futebol. Todos têm o direito de se expressar. Vocês se ajoelham nos jogos. Algumas pessoas concordam, outras não, e no Irã é exatamente o mesmo. Mas esse tipo de assunto não está em questão na seleção nacional, os jogadores só têm uma coisa na cabeça que é lutar pelo sonho de passar da fase de grupos", completou.
O Irã está no Grupo C da Copa do Mundo, com Inglaterra, Estados Unidos e País de Gales. A estreia será na próxima segunda-feira, às 10h, contra os ingleses.