Rio - Ao mudar o jogo, na virada do Flamengo sobre o Palmeiras por 4 a 2, no último domingo, Lucas Mugni encurralou Jayme de Almeida em suas convicções. O treinador, que costuma escalar um time veloz e marcador, capaz de explorar os contra-ataques, parece não apostar tanto quanto a diretoria no argentino. E por isso é pressionado. Agora, deve dar sequência ao meia, de 22 anos, cuja referência em sua adaptação ao Brasil é Conca, seu adversário no Dia das Mães.
Sem dinheiro, a diretoria do Flamengo usou a criatividade no mercado sul-americano. Mugni custou R$ 3 milhões, e recebe em torno de R$ 100 mil de salário. Bem menos do que os R$ 900 mil pagos pelo Fluminense por mês a Conca, embora o Tricolor tenha trazido o jogador de volta da China sem custos.

Mugni estreou pelo Flamengo na vitória por 5 a 2 sobre o Boavista, em 5 de fevereiro. Desde então, foi pouco aproveitado — participou de 14 dos 23 jogos disputados pelo Rubro-Negro, dez como titular, e fez três gols.
“O treinador toma a decisão. Tenho que manter a regularidade, independentemente do que acontecer, para quando jogar me sair bem”, disse Mugni. Ele se espelha no exemplo de Conca, reserva em alguns momentos no Vasco, quando chegou ao Brasil
“O ritmo e a forma de jogo do Brasil são diferentes. Tem muito campo para correr. Conca jogou na Argentina e no Chile, onde os gramados são menores, com times mais fechados. Tenho que estar mais preparado fisicamente.”
Mugni é só elogios ao compatriota: “É difícil fazer tudo o que o Conca fez. Ele jogou demais. Eu via todos os jogos dele, do D’Alessandro, de todos os argentinos que jogaram no Brasil. Tenho que trabalhar muito e não prometer nada. Como dizemos na Argentina, as palavras são vento. Depois, é ganhar títulos para fazer tudo o que o Conca fez.”