Rio - O espírito natalino aguça ainda mais o lado paternal de Rodrigo Caetano. Junto com os filhos, Martin, de 6 anos, e o recém- chegado Levi, de 8 meses, o novo homem forte do futebol do Flamengo desacelera do ritmo alucinante de uma rotina que muitas vezes ultrapassa as 15 horas de trabalho. Pai coruja, ele já planeja com a mulher, Fernanda, um novo herdeiro e a compra de uma casa no Rio, cidade que roubou o seu coração.
Desde que o menino bom de bola trocou a pacata Santo Antônio da Patrulha, a 82 km de Porto Alegre, para vencer no futebol, sempre honrou suas raízes gaúchas. Não perdeu a paixão pelo churrasco, o chimarrão e o seu Rio Grande, mas, após seis temporadas na Cidade Maravilhosa, já exala a alma carioca.
“Hoje a minha base é o Rio. Meus familiares é que vêm para cá. Só não tenho a churrasqueira, pois ainda moro de aluguel. Mas, no ano que vem, pretendo fixar residência no Rio e aí vai ter. Não me vejo mais voltando”, admite o dirigente, sob o olhar atento do primogênito, que o pressionou a não aceitar uma proposta para deixar a cidade. Pelo visto, os ares cariocas fizeram muito bem à família Caetano. A mulher, Fernanda, não teve dificuldade para se adaptar.
O gel no cabelo estilo moicano do pequeno Martin é a imagem de qualquer garoto carioca. E mesmo Rodrigo, apesar das gozações dos amigos, até perdeu um pouco do forte sotaque gaúcho: “Perdi só um pouquinho, mas tenho ainda o sotaque e sou muito imitado por seus colegas da imprensa, mas levo na boa. Os cariocas são muito receptivos e bem-humorados. Nem parece que já se passaram seis anos que estou aqui”, comenta.
Apesar de passar longe de uma prancha de surfe e de curtir pouco as praias, por pura falta de tempo, o dirigente é apaixonado pelo mar como qualquer carioca da gema: “Quando tenho um tempinho, vou à praia, me rejuvenesce. Mas meus filhos e minha mulher aproveitam bem mais.”
Caseiro, Rodrigo aproveita o pouco tempo livre para curtir ao máximo a família: “Quando estou em casa e recebo algum convite para sair, ou eu faço alguma coisa com eles ou não faço. O fato de ter vindo sozinho com a minha família para o Rio fez que me aproximasse ainda mais deles. No Sul, tinha a grande família, era mais dividido. Aqui só tenho a minha”, conta.
A dedicação à família não foi a única mudança visível em Rodrigo Caetano. “Com o passar dos anos, fiquei mais tolerante. Era bem mais rígido. Nunca abri mão de algumas premissas básicas no trabalho. Nunca privilegiei ninguém. No dia em que fizer isso, estou ferrado e vou perder o respeito das pessoas. Mas não tiro ninguém (repórter) do caminho da notícia”, garante.
O pequeno Martin, que chegou antes, conta os dias sonhando em ganhar do Papai Noel um adorável cachorrinho Shih Tzu ou as camisas das seleções da Alemanha, de Portugal, da Holanda, do Uruguai e, quem sabe, um videogame. Já seu pai pediu saúde para ver os filhos,que tanto ama crescer e muita força para superar os grandes desafios que o esperam: “Que Deus ilumine minha família e o meu trabalho para que eu possa ajudar o Flamengo a se consolidar no cenário nacional e mundial, como o gigante que sempre foi.”