Por victor.abreu
São Paulo - Canteros não teve problemas para se adaptar ao futebol brasileiro. Com visão de jogo, enxerga o que acontece em campo como se atuasse em casa sempre. O obstáculo está em outro sentido: a audição. Não que o jogador tenha qualquer deficiência. Mas se ele ouve o que todos falam em campo com clareza, a cabeça não assimila a mensagem. Isso porque a língua portuguesa ainda soa como grego ao argentino, que também sofre com o calor e admitiu, neste domingo, em Atibaia, ter dificuldade de decifrar as orientações de Vanderlei Luxemburgo.
Canteros admitiu que busca auxílio nos outros gringos para entender melhor o portuguêsUanderson Fernandes

Na entrevista coletiva, Canteros cerra os olhos e se esforça para entender as perguntas. As respostas são dadas de forma pausada, o que nem sempre facilita o entendimento do que o volante fala. E nas conversas do dia a dia ele costuma se perder. Perguntado se entendia o que o treinador diz, ele, um pouco desconcertado, assumiu.

Publicidade
"Quando ele fala rápido, eu não entendo nada (risos). Mas quando ele fala em espanhol fica mais fácil", disse o jogador, referindo-se ao portunhol improvisado de Vanderlei.
Para driblar a dificuldade, Canteros conta com a ajuda do compatriota Lucas Mugni e do paraguaio Cáceres. O trio de gringos parece inseparável em Atibaia. Na noite de sábado, por exemplo, jogaram sinuca. E no futevôlei, costumam formar duplas entre eles.
Publicidade
O volante argentino diz que os amigos estrangeiros fazem as vezes de intérprete quando ele precisa. A ajuda, no entanto, também vira obstáculo. Léo Moura já deu a dica.
"O Léo sempre fala que tem que separar os gringos para a gente aprender o português. Estamos sempre juntos, tomamos chimarrão, e eu aproveito para perguntar quando não entendo alguma coisa. São meus tradutores", brincou Canteros, que, no entanto, está tendo mais facilidade no Brasil do que teve na Espanha, onde o idioma não era problema:
Publicidade
"Quando cheguei, estava preparado, sabia para onde estava vindo e superei tudo. Na Espanha, foi mais complicado. Tive uma lesão (no Villarreal) e foi bem difícil. A adaptação me custou menos no Brasil. Trabalho para seguir ajudando o Flamengo a ir para cima com minha capacidade. É um time grande e tem que brigar lá em cima, tratar de brigar por tudo".