Rio - O Flamengo tenta lavar a alma e exorcizar os próprios fantasmas enquanto cria, a cada jogo em casa, um monstro capaz de assombrar qualquer adversário. Se ganhar da Universidad Católica, nesta quarta-feira, às 21h45, no Maracanã, e o Atlético-PR não perder para o San Lorenzo, a equipe de Zé Ricardo supera o peso da maldição de ser, ao lado do Palmeiras, o time brasileiro com mais eliminações na primeira fase da Libertadores — quatro. Além de poder assegurar a vaga nas oitavas de final, a vitória consolidará o palco desta noite como maior trunfo rubro-negro na competição.
Os últimos ingressos, dos 52 mil colocados à venda para os rubro-negros, se esgotaram na última terça-feira. A exemplo do que fez nas vitórias por 4 a 0 e 2 a 1 sobre San Lorenzo e Atlético-PR, respectivamente, o Flamengo tentará canalizar a energia que vem da arquibancada para se proteger de qualquer susto. Como pediu a torcida nos últimos mosaicos, hoje é dia de evocar o espírito de 1981.
Das seis vezes em que o Flamengo disputou a Libertadores neste século, em três o time foi aterrorizado pelo vexame de cair na fase de grupos. Sempre vítima da sina da casa mal-assombrada.
Em 2002, perdeu por 3 a 1 para a Universidad Católica, venceu por 4 a 1 para o Once Caldas, e empatou com o Olimpia em 0 a 0 nos três jogos que mandou no Maracanã.
Dez anos depois, fez 1 a 0 no Emelec e 3 a 0 sobre o Lanús, no primeiro e terceiro jogos no Engenhão. Pesou, porém, o empate em 3 a 3, em casa, cedido ao Olimpia depois de abrir três de vantagem.
O Fla teve nova chance em 2014. E de novo sucumbiu aos próprios demônios. No Maracanã, ganhou do Emelec por 3 a 1, ficou num empate em 2 a 2 com o Bolívar e caiu por 3 a 2 para o León.