Rio - Alex Muralha tem, contra o Cruzeiro, nesta quarta-feira, às 21h45, no Mineirão, a chance de definir como será lembrado na história do Flamengo. Agarrar tal oportunidade será a defesa mais importante de sua vida. Para isso, precisa afastar a pressão que o atormenta desde que falhou na eliminação diante do Paraná, pela Primeira Liga. Talvez também espalmar para longe o estigma de não pegar pênaltis, em caso de empate. O quarto título da Copa do Brasil do Rubro-Negro na história pode vir pelas mãos do goleiro. E, sobre as costas dele, está o peso do mundo.
"Penso que Muralha é um goleiro experiente. Como todos, tem jogos bons e ruins. Está bem fortalecido por toda a equipe", garantiu o técnico colombiano Reinaldo Rueda, em entrevista coletiva, na última terça-feira à tarde, no Mineirão.
A história, sem desfecho definido, tem pelo menos dois caminhos: o da tragédia ou o da superação. O rascunho da primeira opção está trancado no fundo das expectativas da torcida rubro-negra, que jogou a chave fora. Cabe somente a Muralha impedir que o Cruzeiro force a abertura de tal gaveta.
Já a trilha da segunda opção repousa sobre a mesa dos sonhos de Muralha. Se tiver papel de protagonista, o goleiro pode até nunca mais recuperar a sua vaga no time titular, mas garantirá lugar na história do Flamengo.
Caso apenas passe pela decisão sem comprometer, Muralha se livrará da penitência, embora não obtenha o perdão. Enquanto um erro, por sua vez, se transformará numa cruz para a vida inteira.
Como a partida de ida terminou em 1 a 1, no Maracanã, e, nesta quarta, o gol fora não vale como critério de desempate, qualquer placar igual levará a disputa para os pênaltis. A possibilidade causa arrepios na torcida rubro-negra, mas pode consagrar Muralha, sendo o fim perfeito para o enredo de superação.
O goleiro só defendeu um tiro da marca da cal com a camisa do Flamengo: o primeiro, contra o Bangu, em 5 de março de 2016. Era a estreia dele pelo Rubro-Negro em jogos oficiais. Por duas vezes, ambas este ano, Muralha participou de disputa de pênalti defendendo o clube da Gávea: o time ficou com o vice-campeonato da Taça Guanabara e caiu na Primeira Liga.