Rio - A decisão da CBF baseada no pedido da Polícia Militar do Rio de Janeiro de transferir o clássico entre Flamengo e Vasco para o Maracanã repercutiu muito mal no Rubro-negro. Mandante da partida, a diretoria do clube da Gávea fez críticas a entidade máxima do futebol brasileiro. Em nota oficial, o Flamengo ainda criticou a Polícia Militar.
O clássico entre Flamengo e Vasco acontece no próximo dia 28. A Polícia Militar do Rio pediu que a partida, que inicialmente estava marcada para o Ninho do Urubu, acontecesse no Maracanã para que momentos de violência, como os que aconteceram no confronto do primeiro turno do Brasileiro em São Januário, não voltem a ocorrer.
Como é mandante da partida, a equipe da Gávea terá o direito de ter 90% dos ingressos para o clássico. Os vascaínos vão ter possibilidade de comprar 10% dos bilhetes.
Confira a nota oficial do Flamengo:
"Após determinação arbitrária da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) a partida entre Flamengo e Vasco, dia 28 de outubro, foi transferida da Ilha do Urubu para o Maracanã. Sobre o fato, o Flamengo vem a público para realizar os seguintes questionamentos às autoridades públicas do Rio de Janeiro:
1) Os órgãos públicos de fiscalização do Rio de Janeiro foram extremamente rigorosos em suas exigências para que o Flamengo colocasse em prática o projeto que modernizou a Ilha do Urubu. O estádio de hoje é resultado de todas essas determinações, principalmente de orientações expressas da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros para que lá fosse possível realizar qualquer partida, incluindo clássicos regionais. O Flamengo pôs em prática tudo o que lhe foi exigido – o que gerou atrasos na liberação do estádio - e os laudos e certificações apresentadas pelo clube atestam isso.
2) Como referência histórica importante, em 2016 as mesmas autoridades públicas aprovaram a realização da partida entre Botafogo e Flamengo, em um estádio que possuía instalações e cuidados com segurança inferiores aos atuais e que nunca tinha sido testado antes, uma vez que a partida citada foi a estreia da arena. Se a Polícia Militar do Rio de Janeiro permitiu a realização de um clássico naquelas circunstâncias, o Flamengo se reserva o direito de perguntar: por que isso não é possível agora?
3) Da mesma forma, entendemos ser importante questionar: como a Polícia Militar do Rio de Janeiro teve condições de garantir a segurança para a realização das partidas entre Vasco e Flamengo em São Januário pelo Campeonato Estadual de 2016 e pelo primeiro turno do Campeonato Brasileiro de 2017, mas agora não consegue fazer o mesmo na Ilha do Urubu?
4) Outras perguntas também são pertinentes: qual a garantia que a PM oferece ao Flamengo, mandante do jogo, de que será capaz de assegurar a segurança de seus torcedores e de cerca de 6000 torcedores do Vasco no Maracanã, se não se diz capaz de atender no máximo 900 torcedores adversários na Ilha do Urubu? Qual dos cenários apresenta maior risco de segurança? E qual o plano de segurança e efetivo de policiais para a partida no Maracanã, considerando os problemas ocorridos nos três últimos jogos do Flamengo no estádio, contra Botafogo, Cruzeiro e Fluminense, respectivamente?
5) Um fato que merece ser lembrado em relação à segurança da Ilha do Urubu é que a operação na partida entre Flamengo e Palmeiras, jogo considerado de altíssimo risco em função da rivalidade entre as torcidas, foi elogiada publicamente pelo Grupamento Especial de Policiamento em Estádios (GEPE). Lembrando que o mesmo espaço utilizado pela torcida do Palmeiras na Ilha do Urubu e projetado por indicação do próprio GEPE – com estacionamento fechado e bilheterias internas – poderia ser usado para acomodar ônibus de caravanas da torcida do Vasco.
6) Por fim, o Flamengo afirma que as autoridades públicas do Estado do Rio de Janeiro tiram, em função de sua própria incapacidade, o direito de um contribuinte correto e responsável realizar suas partidas em seu estádio, obrigando-o atuar em uma praça esportiva que cobra taxas exorbitantes. A título de comparação, para atuar no Maracanã o Flamengo paga aluguéis quatro a oito vezes maiores que aqueles cobrados do Fluminense."