
Rio - Na barraca de salgados onde Renato Souza trabalha, ele que é o freguês. O vascaíno precisou aguentar a zoação dos que passavam pelo Largo da Carioca, um dia depois de o Flamengo ter conquistado a Taça Rio. No Dia da Mentira, a verdade é que foi difícil encontrar cruzmaltinos pelas ruas. Camisas rubro-negras, porém, coloriram a cidade.
Wilson de Souza trabalha na banca de jornal ao lado da barraca e estava de meião, calção e camisa do Flamengo. Era só alegria. "Pena que dessa vez não foi roubado, porque roubado é sempre mais gostoso", sacaneou o rubro-negro de 64 anos.
Também vestido com o Manto Sagrado, Jonathan Oliveira saiu do Complexo do Alemão pronto para zombar dos vascaínos do Centro do Rio, e não perdeu a piada do 1º de abril: "O título vir antes do Dia da Mentira tem tudo a ver. A maior verdade do futebol é que o Vasco é sempre vice. Eles acreditavam na verdade deles até os 48 do segundo tempo".
Empolgado, Jonathan já mira conquistas maiores. "Eu tenho 32 anos, a Libertadores foi há 37. Eu quero ver o Flamengo vencer essa competição, é meu maior sonho", diz o rubro-negro.
Renato, o cruzmaltino, ouvia calado e lamentava baixinho: "O Vasco deu mole, era para ter ido à forra. Perdeu várias oportunidades. Mas tenho certeza de que vamos arrebentar com eles na final do Carioca".
Mais à frente, Leandro Mesquita comprava uma bandeira do Flamengo com um vendedor ambulante. O cearense está no Rio de Janeiro a trabalho por tempo indeterminado. Pode ser que a passagem por terras cariocas dure um bom tempo. "Vou ficar na cidade até o Flamengo ser campeão mundial", disparou o rubro-negro.
