Torcedores do Flamengo no MaracanãPaula Reis / Flamengo

Rio - A procuradoria do STJD apresentou denúncia contra o Flamengo por cantos homofóbicos dos torcedores durante a vitória por 2 a 0 sobre o Grêmio, no Maracanã, dia 15 de setembro, pela Copa do Brasil. Além do clube, o quarteto de arbitragem, o inspetor da CBF e o delegado do jogo serão julgados na próxima segunda-feira (8), às 13h, por não relatarem o caso na súmula da partida. 
Enquadrado no artigo 243-G, o Rubro-Negro pode ser punido com perda de mando de campo e multa de até R$ 100 mil. Já o quarteto de arbitragem, denunciado em dois artigos, pode ser condenado a suspensão de 15 a 360 dias e multa, enquanto o delegado e o inspetor podem ter que pagar multa de até R$ 100 mil. 
O caso chegou ao STJD por meio de uma denúncia do Coletivo de Torcidas Canarinho LGBT+, que apresentou uma notícia de infração, com vídeos da torcida do Flamengo aos gritos de "Arerê, gaúcho dá o c* e fala tchê”. A procuradoria lembrou que, em 2014, justamente o Grêmio foi excluído da Copa do Brasil por causa de um episódio de racismo contra o goleiro Aranha, do Santos.
— Vale lembrar que em circunstâncias semelhantes (porém tratando de injúria racial), na edição de 2014 da Copa do Brasil, o Grêmio foi denunciado como incurso nas sanções do artigo 243-G do CBJD, porque durante a partida contra o Santos, sua torcida chamou o goleiro Aranha de ‘macaco’ e, após julgado, restou condenado e punido com a exclusão da competição — diz um trecho da denúncia. 
Eliminado na Copa do Brasil para o Athletico-PR, na semifinal, o Flamengo, caso condenado, terá que jogar com portões fechados em uma ou mais partidas da reta final do Brasileirão. Na terceira posição, a equipe ainda sonha com o título, mas, com um jogo a menos, está a nove pontos do líder Atlético-MG, que enfrenta nesta quarta-feira (3) o Grêmio, às 21h, no Mineirão.