Rio - Clube com dificuldades financeiras e sem patrocínio master, elenco desacreditado e inexperiente, treinador tido como velho por alguns. Até chegar à final do Carioca, o Fluminense precisou superar obstáculos ao longo da caminhada e conseguiu recuperar parte da confiança perdida. A conquista do título amanhã coroaria o trabalho de recuperação da auto-estima feito por Abel Braga com o grupo e os torcedores.
Sem contar que a premiação de R$ 3,5 milhões ao campeão carioca cairia bem nos combalidos cofres tricolores. Para 2017, a previsão é de déficit de R$ 75 milhões.
"Aqui só se resolve problema. E são sérios. É uma equipe que busca a superação. Se vai ganhar, não sei, mas esse grupo merece. Está sendo sensacional até agora. O caminho do objetivo é árduo. E queremos mais desafios. Esta final será mais um. Fará os jogadores crescerem. Você só ganha se sonhar e ficar com isso na cabeça", avisou o treinador tricolor.
Antes de chegar ao clube, Abelão já havia avisado que não gostou do que viu no fim de 2016. Foram dez jogos sem vencer no Brasileiro e muita apatia em campo. Para mudar o panorama, o treinador conversou com o grupo nos primeiros dias de janeiro e advertiu que a postura teria que mudar. Queria que voltasse a alma guerreira do time e conseguiu até agora.
"Quando cheguei, disse que joguei oito anos nesse clube, no time da Máquina Tricolor. Era prazeroso ficar no banco e vê-los jogar. Também falei que nunca tinha visto nada parecido com o fim do ano passado e que me sentia decepcionado. Mas avisei que teria maneira de mudar. O primeiro ponto foi criar um rótulo de verdade no grupo. Depois, com objetivos e, acima de tudo, desafios. Um deles era fazer as pessoas acreditarem na gente. E estamos conseguindo", revelou.
Vista como a quarta força do Carioca, a equipe tricolor se superou e conseguiu chegar à final com muita entrega nos jogos: "O torcedor está gostando da cara do time".
